‘É difícil comprar mantimentos’, afirma residente chinês após estrito fechamento da cidade

Departamento de segurança pública afirmou que quebrar as regras poderia resultar em dez dias de prisão e uma multa

04/01/2022 10:57 Atualizado: 04/01/2022 10:57

Por Dorothy Li 

Moradores da cidade de Xi’an, duramente atingida pela COVID, relatam enfrentar o desafio de conseguir alimentos básicos.

Mais de 13 milhões de residentes de Xi’an, capital da província de Shaanxi, no noroeste, passaram pelo sexto dia de confinamento em suas casas no dia 28 de dezembro.

No início, um membro da família podia sair de casa dia sim, dia não para comprar itens de primeira necessidade, mas de repente as restrições se tornaram ainda mais rígidas. A partir do dia 27 de dezembro, os residentes foram proibidos de deixar seus bairros, a menos que realizem um teste para a COVID-19.

Uma moradora do distrito de Yanta, na cidade de Xi’an, relatou suas dificuldades em comprar alimentos e outras necessidades básicas ao meio de comunicação de língua chinesa NTD, associada do Epoch Times.

“Agora, os preços das verduras subiram muito (…) mas o problema é que ainda não podem ser compradas nem pelo dobro do preço”, declarou um morador de sobrenome Wang. 

As verduras são difíceis de distribuir porque todas as estradas do distrito de Yanta estão fechadas, ele acrescentou.

Xi’an proibiu veículos particulares na segunda-feira. O departamento de segurança pública afirmou aos moradores que quebrar as regras poderia resultar em dez dias de prisão e uma multa de 500 yuans (US $80).

As autoridades indicaram em um comunicado na segunda-feira que as compras para os aldeões poderiam ser retomadas em áreas menos arriscadas, uma vez que os resultados dos testes fossem negativos, mas não declararam exatamente quando a suspensão acabaria. A cidade iniciou uma nova rodada de testes de contágio em massa na segunda-feira.

“Parece que muito tempo se passou”, afirmou à Reuters um morador de 22 anos de sobrenome Jin.

“O fato de que ainda não me disseram quando poderei comprar novamente me deixa um pouco ansioso”, relatou ele, após ficar sem legumes frescos e ter que fazer pedidos online, que terá que esperar quase uma semana para receber.

A rede social chinesa Weibo foi inundada com pessoas reclamando de problemas para conseguir comida.

“Não me lembro quantos dias vivi de macarrão instantâneo (…) agora não há mais macarrão instantâneo”, escreveu um usuário.

“Os residentes de Xi’an não têm comida … por favor ajude.”

“Estou com muita fome para dormir”, escreveu um usuário à meia-noite. “Segui o conselho das autoridades de não nos abastecermos de alimentos no início do bloqueio (…) agora, meu conjunto habitacional não me deixa sair e não há serviço de entrega”.

A hashtag “Difícil de comprar mantimentos em Xi’an” acumulou mais de 160 milhões de visualizações na plataforma Weibo, na noite de terça-feira. “[Parece] que Xi’an não é afetada pela pandemia, mas pela fome”, brincou um usuário. “Tudo o que está nas notícias é comida”, declarou outro.

A mídia local, apoiada pelo regime, afirmou na noite de terça-feira, que funcionários do governo estão ocupados entregando alimentos. As autoridades locais relataram na segunda-feira, que os suprimentos estavam estáveis ​​à medida que aumentavam as restrições às viagens.

Apesar das extensas medidas tomadas pelo governo de Xi’an, as infecções diárias continuam a aumentar. Na terça-feira, a cidade notificou oficialmente 175 novos casos da COVID-19, elevando o número total para 810 infectados desde o dia 9 de dezembro.

Dado que o regime chinês é famoso por não relatar números de vírus, os números oficiais podem não refletir o total verdadeiro. Ainda assim, o número representa a contagem diária mais alta relatada em toda a China desde o início do surto na cidade de Wuhan.

Casos relacionados a Xi’an foram detectados em cinco outras regiões, incluindo a capital da China, Pequim. As autoridades locais estão sob pressão para conter o último surto da COVID-19 alimentado pela propagação da variante Delta, enquanto Pequim se prepara para sediar as Olimpíadas de Inverno em seis semanas, a qual o regime prometeu que seriam Jogos “Sem COVID”.

Com informações da Reuters.

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