Enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, esteve em Pequim, ele e o líder chinês Xi Jinping anunciaram que os dois países assinaram acordos comerciais no valor de 250 bilhões de dólares, embora alguns deles já estivessem em preparação antes da visita de Trump, e muitos dos acordos não sejam vinculantes.
A maior parte dos acordos envolve investimentos chineses em produtos energéticos e agrícolas norte-americanos, ou empresas americanas de energia que fazem negócios na China.
A iniciativa chinesa é uma forma de demonstrar sua disposição para corrigir o déficit comercial com os Estados Unidos, que no ano passado chegou a 347 bilhões de dólares, de acordo com estatísticas do Departamento de Comércio dos Estados Unidos.
Os acordos incluíram um memorando de entendimento com a empresa de energia chinesa China Energy Investment Corp.. para investir 83,7 bilhões de dólares em projetos de produção de gás de xisto, produção de energia elétrica e de produtos químicos na Virgínia Ocidental. Enquanto isso, a empresa estatal de petróleo Sinopec concordou em ajudar a desenvolver um projeto de gás natural de 43 bilhões de dólares no Alasca.
A indústria de soja norte-americana também assinou cartas de intenções para vender 5 bilhões de dólares em soja, e o revendedor online líder da China JD.com fechou a compra de mais de 2 bilhões de dólares em produtos alimentícios norte-americanos.
Em seus comentários públicos em Pequim, Trump foi cuidadoso com as palavras, salientando que queria uma relação comercial “justa e recíproca” com a China. E não culpou o país asiático pelo desequilíbrio comercial.
“Afinal, quem pode culpar um país por se aproveitar das vantagens de outro país em benefício de seus cidadãos? Eu dou à China muito crédito por isso”, disse ele, acrescentando que os líderes norte-americanos anteriores não fizeram sua parte. “Na verdade, eu culpo as administrações anteriores por permitir que surgisse esse déficit e por permitir que ficasse fora de controle”.
Apesar do recente acordo comercial, os principais problemas com as políticas chinesas continuam sem solução.
O secretário de Estado Rex Tillerson reconheceu isso quando, dirigindo-se à imprensa em Pequim, observou que “ainda há muito a ser feito” e que o lado chinês também está ciente disso.
Um dos problemas mais ameaçadores é o roubo de propriedade intelectual (PI). De acordo com a Comissão dos Estados Unidos Sobre o roubo de PI americano, o custo anual desse roubo pode chegar a 600 bilhões de dólares.
E o maior responsável é a China. A comissão norte-americana determinou que as políticas industriais da China maximizam a “aquisição de tecnologia e informação estrangeiras” e que o país asiático continua roubando segredos comerciais de empresas americanas que operam dentro de suas fronteiras, muitas vezes pressionando-as para que transfiram sua PI.
Em agosto, Trump assinou um memorando para investigar se as políticas comerciais chinesas incentivam o roubo e a transferência forçada de PI norte-americana.
Relacionamento pessoal
Os dois líderes parecem se dar bem. Trump classificou Xi de “um homem muito especial” e disse que o jantar de 8 de novembro estava previsto para durar cerca de 25 minutos, porém os dois líderes acabaram conversando por cerca de duas horas. “Nós apreciamos cada minuto”, ele lembrou à imprensa antes de uma reunião com Xi em 9 de novembro.
Da mesma forma, Xi foi diplomático e cortês com as palavras, mencionando em um comunicado de imprensa conjunto que “o Oceano Pacífico é suficientemente grande para acomodar tanto a China como os Estados Unidos”.
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