Por Paul Huang, Epoch Times
Enquanto o regime do Partido Comunista Chinês (PCC) continua a cometer uma ampla gama de abusos dos direitos humanos e incrementa a repressão aos dissidentes políticos na China; congressistas americanos, dissidentes chineses e ativistas dos direitos humanos do Ocidente manifestaram apoio ao povo chinês que tem repudiado sua participação no PCC ou em suas organizações afiliadas, o que já foi feito por mais de 300 milhões de chineses.
Em 9 de maio, um painel sobre “O Movimento Tuidang na China e o objetivo final do comunismo”, patrocinado pelo Centro Tuidang, foi realizado no edifício de escritórios Cannon House, no Capitólio dos Estados Unidos.
O termo chinês “Tuidang” é traduzido literalmente como “sair do Partido [Comunista]”.
O Centro Tuidang diz que sua missão é “libertar os corações e as mentes na China” e que trabalha para “ajudar todo o povo chinês em todo o mundo a renunciar ao Partido Comunista Chinês e às suas organizações afiliadas”. Estas incluem os Jovens Pioneiros e a Liga da Juventude Comunista, das quais quase todos os jovens da China são membros.
O Partido Comunista Chinês considera essa renúncia um ato dissidente, uma vez que o Partido não permite que seus membros saiam. Eles só podem ser expulsos pelo Partido.
Iniciado em 2004, o Centro Tuidang já registrou mais de 300 milhões de renúncias pelo povo chinês dentro da China e em todo o mundo. Por segurança, aqueles que escolhem renunciar geralmente usam pseudônimos.
Apoio do Congresso dos EUA
O congressista Dana Rohrabacher (R-Calif.) deu um forte endosso ao Movimento Tuidang. Falando da coragem daqueles que se opõem ao regime de gângsteres na China, ele disse: “Vamos novamente, em voz alta, dizer ao povo da China que estamos do seu lado, não perca a esperança!”
O congressista Steve King (R-Iowa) enviou ao painel uma proclamação que ele apresentou no plenário da Câmara, inserindo-a no registro do Congresso. King disse que o Movimento Tuidang não é um movimento político, mas “simplesmente ajuda o povo chinês a recuperar a sua consciência dada por Deus”.
O enfraquecimento do Partido Comunista Chinês a partir de dentro seria benéfico para o mundo inteiro, disse King.
O congressista Chris Smith (R-NJ), que é o presidente da Comissão Executiva do Congresso sobre a China (CECC) e um dos mais sinceros críticos do regime chinês no Congresso, enviou uma carta elogiando o Movimento Tuidang por ajudar milhões de chineses a repudiarem o Partido Comunista Chinês.
“Mesmo que os líderes em Pequim se enfureçam quando abordamos as suas perseguições, precisamos ter certeza de que eles saibam que o mundo condena seus abusos escandalosos dos direitos humanos”, escreveu Smith.
Rohrabacher, que atua como membro sênior do Comitê da Câmara sobre Relações Exteriores, é particularmente conhecido por ser um crítico de longa data do Partido Comunista Chinês e dos seus muitos abusos dos direitos humanos, dentre os quais ele tem repetidamente destacado a perseguição à disciplina espiritual do Falun Gong (também conhecido como Falun Dafa) como um dos maiores crimes do regime.
“É hora de nos certificarmos de que reafirmamos de que lado estamos”, disse Rohrabacher, “Há pessoas neste mundo que desejam viver em liberdade. Eles sabem que não podemos lutar sua batalha por eles, mas eles precisam saber que estamos do lado deles.”
Mudança na China
O fórum de 9 de maio foi moderado pelo professor Sen Nieh, vice-presidente do Centro Tuidang, e contou com vários críticos conhecidos do regime chinês, incluindo o famoso ativista de direitos humanos Wei Jingsheng, que disse que o povo chinês precisa de um movimento como o Tuidang para servir como uma plataforma para se desassociarem dos abusos do Partido Comunista Chinês.
O Movimento Tuidang, disse Wei Jingsheng, estava “criando condições muito importantes para a mudança na China”.
Trevor Loudon, autor e documentarista da Nova Zelândia, disse: “Não há maior ameaça à liberdade no planeta hoje do que o Partido Comunista Chinês”. Ele vê o Movimento Tuidang como tendo um papel crucial no enfraquecimento do Partido e na reconstrução do caráter moral do povo chinês, que ele disse ter sido degradado pelo regime comunista.
“O Movimento Tuidang é provavelmente a coisa mais importante que está sendo feita neste planeta agora, porque, dependendo de como prosseguir, isso determinará o que acontecerá não apenas com a China mas com as pessoas amantes da liberdade em todos os lugares.”
Loudon descreveu os benefícios de uma China livre.
“Vocês não podem imaginar o que uma China livre poderia contribuir para este planeta. A indústria, a cultura, a ética do povo chinês, quando propriamente desencadeadas e livres dos controles do Partido Comunista Chinês, poderiam contribuir mais para a melhoria deste planeta do que qualquer outro país”, disse Loudon.
Coragem moral
Entre os dissidentes proeminentes que participaram do painel estava Liu Jianguo, ex-motorista do Exército da Libertação Popular (ELP), cujo ex-oficial de comando, o tenente-general Xu Qinxian, se recusou a cumprir as ordens para enviar o 38º Batalhão do Exército para Pequim para suprimir os estudantes pró-democracia no período que antecedeu os protestos da Praça da Paz Celestial em 1989.
Refletindo sobre a decisão de seu ex-comandante de não participar da infame investida em 4 de junho, Liu Jianguo disse que o general Xu foi mais tarde destituído do seu comando e foi severamente perseguido pelo regime chinês. Nos anos após a repressão sangrenta, o desafio de Xu foi amplamente saudado pelo povo chinês que não queria ver suas tropas massacrando seus próprios estudantes e cidadãos em Pequim.
Liu Jianguo traçou um paralelo entre o ato de coragem moral de seu ex-comandante e o Movimento Tuidang contemporâneo, e expressou sua gratidão aos voluntários que o ajudaram a efetivar sua própria renúncia ao Partido Comunista Chinês. Liu escapou da China no final de 2017 e agora reside nos Estados Unidos.
Numa carta enviada ao fórum, Marion Smith, diretora-executiva da Fundação Memorial das Vítimas do Comunismo, escreveu sobre a reunião como um “evento necessário”. Ele comentou sobre a ignorância generalizada a respeito do registro de direitos humanos do Partido Comunista Chinês: “Por causa da autocensura que a mídia ocidental impõe a si mesma, por medo de ‘ofender’ o Partido Comunista Chinês, grande parte do mundo livre ignora a existência dos ‘campos de reeducação’ em Xinjiang, os centros de extração forçada de órgãos cheios de praticantes inocentes do Falun Gong e a rede de vigilância orwelliana sob a qual todos os cidadãos chineses vivem hoje.”
Cartas de apoio também foram enviadas por: Prof. Daniel Mark, comissário e presidente da Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional; e a embaixadora Ellen Sauerbrey, ex-chefe do Departamento de População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado dos EUA e ex-representante dos EUA na Comissão das Nações Unidas sobre o Status da Mulher, do Conselho Econômico e Social da ONU.
Outros participantes incluíram: Richard Swett(D-NH), ex-congressista dos EUA e ex-embaixador dos EUA na Dinamarca; Göran Lindblad, ex-membro do parlamento da Suécia que serviu como vice-presidente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa; Ning Ye, advogado e comentarista da Radio Free Asia; Rong Yi, presidente do Centro Tuidang; Dr. Charles Lee, diretor de conscientização pública do Centro Global Tuidang; e o Dr. Wang Zhiyuan, presidente da Organização Mundial para Investigar a Perseguição ao Falun Gong (WOIPFG).