Diretora Financeira da Huawei é presa no Canadá por violar sanções contra Irã

A investigação da Huawei é semelhante à que quase derrubou sua concorrente nacional, a fabricante de smartphones chinesa ZTE

06/12/2018 16:15 Atualizado: 06/12/2018 16:15

Por Henry Jom, Epoch Times

Autoridades canadenses prenderam a diretora financeira da empresa Huawei por suspeita de ter violado as sanções comerciais dos Estados Unidos contra o Irã.

Meng Wanzhou, vice-presidente do conselho de administração da Huawei e filha do fundador da empresa, Ren Zhengfei, foi presa em Vancouver a pedido das autoridades norte-americanas, informou o The Globe and Mail.

A audiência foi marcada para 7 de dezembro.

Segundo o The Globe and Mail, as autoridades afirmam que Meng tentou fugir das sanções comerciais impostas pelos Estados Unidos contra o Irã.

A investigação, iniciada pelo Departamento de Justiça em 2016, indica que a Huawei enviou produtos de origem norte-americana para o Irã e para outros países, violando as sanções e as leis de exportação dos Estados Unidos.

O objetivo da investigação do Departamento de Justiça é impedir que empresas como Huawei e ZTE, que respondem ao Partido Comunista Chinês, acessem a economia norte-americana em meio a acusações de espionagem por meio de seus dispositivos.

Um comunicado da Huawei afirma que Meng, que também usou os nomes ingleses de Cathy e Sabrina, foi presa quando trocava de avião em uma escala no Canadá.

A investigação da Huawei é semelhante à que quase derrubou sua concorrente nacional, a fabricante de smartphones chinesa ZTE.

Foto tirada em 19 de abril de 2018 mostra o logotipo da ZTE em um edifício em Nanjing, na província oriental de Jiangsu, China. A gigante chinesa de telecomunicações ZTE prometeu em 20 de abril lutar contra uma ordem dos EUA que a proíbe de comprar e usar tecnologia norte-americana, uma medida que enfureceu Pequim (AFP/Getty Images)
Foto tirada em 19 de abril de 2018 mostra o logotipo da ZTE em um edifício em Nanjing, na província oriental de Jiangsu, China. A gigante chinesa de telecomunicações ZTE prometeu em 20 de abril lutar contra uma ordem dos EUA que a proíbe de comprar e usar tecnologia norte-americana, uma medida que enfureceu Pequim (AFP/Getty Images)

Em 2017, a ZTE se declarou culpada em um tribunal federal dos Estados Unidos de fugir dos embargos norte-americanos ao Irã, comprando parte de tecnologia norte-americana, incorporando-a aos equipamentos da ZTE e enviando-a ilegalmente para o Irã. O caso foi o resultado de uma investigação federal de cinco anos. A empresa pagou US$ 890 milhões em multas e penalidades.

Por sua vez, no início deste ano, os Estados Unidos proibiram empresas norte-americanas de vender peças e softwares para a ZTE por sete anos, o que colocou a empresa de joelhos. Washington acusou a ZTE de violar um acordo para punir empregados que surgiram do processo judicial.

A proibição foi suspensa pelo presidente Donald Trump em maio, depois de um pedido do regime chinês. Como parte de um novo acordo para suspender a proibição, a ZTE concordou em pagar US$ 1 bilhão em multas, substituir todo o seu conselho de diretores e gerentes e manter uma equipe formada pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos integrada em suas operações.

A prisão de Meng Wanzhou provocou rápida reação em Washington.

O senador norte-americano Ben Sasse elogiou a ação e disse que ela foi devida à “quebra das sanções dos Estados Unidos contra o Irã”. Ele acrescentou que “às vezes a agressão chinesa é explicitamente endossada pelo Estado, e às vezes ela é maquiada através de muitas das chamadas entidades do setor “privado” de Pequim”.

Com informações da Agência Reuters