Um cidadão chinês que alegou trabalhar nos programas de mísseis da China foi preso em Nova Iorque, em 13 de abril, por ter supostamente participado de um esquema para obter fibra de carbono sensível e vendê-la para os militares chineses.
Este marca o segundo caso de espionagem chinesa nos EUA nas últimas semanas – seguido pelo caso do oficial da Marinha que foi acusado de espionar os militares americanos a favor da China.
O ultimo acusado, Fuyi “Frank” Sun, de 52 anos, “tentou supostamente adquirir fibra de carbono de alta qualidade para uma fonte que ele repetidamente identificou como sendo militares chineses”, disse o procurador geral adjunto, John P. Carlin, em 14 de abril.
Sun alegou ter supostamente trabalhado pessoalmente para o programa de mísseis do regime chinês e “afirmou ter relacionamento próximo com os militares chineses”.
Sun também alegou ter um “sofisticado entendimento sobre a necessidade dos militares chineses de obterem a fibra de carbono”, e “sugeriu” que ele forneceria o material para os militares chineses ou para “instituições associadas aos militares”.
Carlin dise que a fibra de carbono tem várias utilidades em aeronaves e para a defesa, e é estritamente controlada em termos de exportação.
Sun teria supostamente tentado, durante anos, adquirir a fibra de carbono de alta qualidade e exportado ilegalmente para a China, disse o procurador americano Preet Bharara.
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Antes de ter sido preso, Sun viajou da China para Nova Iorque para finalizar um acordo para obter materiais sensíveis, mas os homens que ele encontrou eram, na verdade, agentes dos EUA disfarçados, informou Bharara.
“Sun havia supostamente dito aos agentes secretos que a fibra de carbono que ele tinha solicitado estava indo para os militares chineses, que então pagavam centenas de milhares de dólares em dinheiro para comprar duas remessas”, informou Bharara.
Ele ainda teria dito aos agentes secretos para enviarem o material em caixas sem identificação, por navio, e para falsificarem a documentação de expedição de forma que a alfândega não pudesse identificá-lo.
Sun estaria tentando colocar suas mãos nas fibras de carbono desde meados de 2011. Ele encontrou com os agentes secretos em abril de 2011 e 2012, e “repetidamente sureriu que os militares chineses teriam um uso de ponta para a fibra de carbono M60 que ele havia solicitado”.
A fibra de carbono teria sido classificada como sendo uma categoria de “novos materiais”, os quais o Partido Comunista Chinês havia identificado como sendo prioridade para “captura” de outras nações em seu programa chamado Projeto863.
Sun terá que pagar 20 anos na prisão, por tentativa de violação do International Emergency Economic Powers Act (IEEPA) e por conspiração para tentar violá-lo. Ele também poderá pagar mais 10 anos por tentar contrabandear mercadorias para fora dos EUA.