Por Nicole Hao, Epoch Times
Já não é segredo e muitos já ouviram essa história antes. O Ministério das Relações Exteriores da China oferece serviços sexuais a diplomatas estrangeiros como uma forma de suborno para que cumpram as ordens da China.
Um caso específico foi contado por um empresário chinês que agora vive exilado nos Estados Unidos. Desde então, ele descreveu muitos casos de corrupção e abuso que ele pessoalmente testemunhou enquanto trabalhava na China.
Hu Liren, de 52 anos, é inventor e empresário em Xangai, na China. Sua empresa, Shanghai Guren Environmental Protection Technology, possui várias patentes de sistemas de ar condicionado de baixo consumo que usam energia geotérmica.
Em 2017, Hu descobriu que os tubos fornecidos por uma fábrica subsidiada pelo governo na província de Shandong para sua empresa estavam com defeito. Hu solicitou compensação legal de várias agências e departamentos da administração local, sem sucesso. Após um ano de esforços frustrados, Hu decidiu se mudar para os Estados Unidos em setembro de 2018 e buscar justiça na embaixada chinesa em Washington D.C.
Suborno sexual
Em 19 de abril, Hu postou pela primeira vez no Twitter uma acusação ousada: “O Ministério das Relações Exteriores da China tem uma equipe especial trabalhando em Pequim que se dedica a encontrar belezas e enviá-las para visitar políticos estrangeiros com o objetivo de suborná-los.”
Em uma entrevista exclusiva concedida em 23 de abril à edição chinesa do Epoch Times, Hu explicou a história por trás de seu tweet.
Hu disse que uma de suas amigas foi recrutada pelo Ministério para prestar serviços sexuais ao presidente de um país africano. Mas o presidente a estuprou. Ela contou a Hu e a outros quatro amigos sobre o incidente.
“Minha amiga é originária do nordeste da China. Ela tem cerca de 40 anos, é linda e charmosa”, disse Hu.
“Eu realmente gostaria de dizer seu nome e mostrar suas fotos, mas não devo”, disse Hu, observando que sua amiga ainda está na China e pode enfrentar represálias se sua identidade for exposta.
Para proteger sua identidade, Hu usou um pseudônimo para se referir a ela, Candy.
Hu disse que uma senhora de 50 anos era a madame a quem o Ministério das Relações Exteriores pagava para fornecer prostitutas. “Ela não é funcionária do Ministério, mas tem boas relações com vários membros [da equipe de trabalho especial]”, explicou Hu.
Vários anos atrás, quando um presidente africano visitou a China, a equipe do presidente disse ao Ministério que ele queria serviços sexuais, mas ele não queria contratar uma prostituta.
A madame entrou em contato com Candy, já que naquela época ela estava desempregada e precisava do dinheiro.
Depois que a madame e o ministério concordaram em pagar pelo serviço sexual 100 mil iuans (US$ 14.880), Candy voou para a cidade de Guangzhou, na província de Guangdong, no sul da China, para acompanhar o líder africano durante duas noites.
“Depois que ela [Candy] voltou de Guangzhou, jantamos juntos, e durante o jantar ela chorou e chorou depois de beber muito”, disse Hu. Quando os amigos de Hu e Candy tentaram consolá-la, Candy contou a história de como o líder africano a forçou a realizar atos sexuais que ela não consentiu.
Candy disse que se sentiu insultada e humilhada.
“Este não é um caso isolado”, disse Hu. “A equipe de serviços sexuais do Ministério das Relações Exteriores está encarregada deste tipo de suborno sexual”.
Não é a primeira vez que é relatado que diplomatas estrangeiros foram pegos nesses tipos de armadilhas.
Em um escândalo sexual ocorrido em 2011, as autoridades sul-coreanas revelaram que mais de dez diplomatas sul-coreanos trabalhando na China tinham relações sexuais com uma mulher chinesa chamada Deng Xinmin, que conseguiu obter informações importantes sobre eles.
Deng Xinmin, da cidade de Xangai, era a isca. Seu marido, um cidadão sul-coreano que foi mencionado pela mídia como Sr. J., foi quem expôs seus erros.
O Sr. J. entrou em contato com as autoridades sul-coreanas depois de descobrir informações confidenciais gravadas em um pendrive de sua esposa, incluindo os números de telefone de 200 altos funcionários do governo sul-coreano e membros do Congresso; os contatos de emergência do consulado sul-coreano em Xangai; e os registros dos vistos emitidos.
O governo de Seul disse em uma coletiva de imprensa em março de 2011 que entre os diplomatas envolvidos estava o ex-cônsul geral em Xangai, Kim Jung Ki.