Por Eva Fu
A China comunista está remodelando o mundo de acordo com sua própria agenda. E os americanos precisam agir se não quiserem que suas liberdades sejam retiradas, afirmou o senador Rick Scott (republicano da Flórida) a um painel em evento, em Washington, no dia 10 de fevereiro.
“Não podemos permitir que a influência de Xi se espalhe, porque o comunismo é um câncer”, afirmou ele, referindo-se ao líder chinês Xi Jinping. “Sabemos o que é feito em Cuba. Sabemos o que fez na Rússia soviética. Vemos isso em ação na Venezuela, e agora temos pessoas nos Estados Unidos declarando que o socialismo é bom – não podemos deixar isso se espalhar”.
“Isso vai nos matar, assim como matou cem milhões de pessoas no século 20.”
No fórum do America First Policy Institute, um think tank liderado por alguns ex-assessores do ex-presidente Donald Trump, o senador deixou claro que via a China, sob o Partido Comunista Chinês, como a maior ameaça à ordem mundial e aos meios de subsistência dos americanos, uma idéia que está recebendo crescente consenso em Washington.
Para Scott, os Jogos Olímpicos de Inverno “contaminados” em Pequim são o último lembrete sobre a direção que o regime comunista está tomando.
A cerimônia que abriu os Jogos de Pequim no dia 4 de fevereiro contou com um sorridente atleta uigur como último portador da tocha olímpica em uma suposta demonstração de “unidade étnica”, novamente colocando as violações aos direitos humanos pela China no centro das atenções globais.
“Foi um exemplo perfeito do tipo de propaganda pela qual a China comunista é conhecida – eles querem amenizar seus crimes”, afirmou Scott.
Ele foi enumerar uma lista das transgressões de Pequim em casa e no exterior, incluindo o encobrimento da pandemia; supressão das liberdades de Xinjiang, Tibete e Hong Kong; seu assédio a Taiwan; extração forçada de órgãos de praticantes do Falun Gong ; violações comerciais; e militarização em águas disputadas. Esses atos demonstram que o líder chinês “não quer apenas competir no cenário global – ele quer estabelecer os termos do debate e isolar os EUA e nossos aliados”, afirmou ele.
“Você olha para o que eles estão fazendo e não pode deixar de chegar a estas duas conclusões: a China comunista escolheu ser nosso inimigo… e entramos em uma nova Guerra Fria.”
Detenção perto de locais olímpicos
Uma série de campos de prisão, atualmente mantendo prisioneiros de consciência, estão situados em Pequim e cidades próximas onde os principais eventos olímpicos estão ocorrendo, de acordo com um mapa interativo recentemente divulgado pelo Centro de Informações do Falun Dafa, um grupo de advocacia com sede em Nova Iorque.
Um dos presos nessas instalações é Ji Yunzhi, de 65 anos, que também havia sido detida em campos de trabalho em 2001 e 2008, ano dos Jogos Olímpicos de Pequim, apenas por persistir em praticar sua fé na disciplina espiritual Falun Gong. O Partido Comunista Chinês persegue brutalmente os adeptos do grupo de fé há mais de duas décadas.
Durante suas detenções anteriores, Ji foi esbofeteada, espancada, eletrocutada e esfaqueada com agulhas atingindo seus ossos, de acordo com o Minghui.org, um site com sede nos EUA que relata a perseguição ao Falun Gong. Em ambos os casos, ela foi liberada em liberdade condicional quando seus ferimentos a levaram à beira da morte.
As recentes prisões de Ji e outros mostraram novamente “a disposição de Pequim de silenciar e aprisionar minorias religiosas e dissidentes políticos”, declarou Scott em um comunicado. “É nojento e merece o desprezo de todas as nações que amam a liberdade”.
Ji está agora em greve de fome no Centro de Detenção Baarin Left Banner, na Mongólia Interior, região vizinha à cidade de Zhangjiakou, que abriga a maioria dos eventos de esqui e snowboard nas Olimpíadas de Pequim.
O filho de Ji, Simon Zhang, que mora nos Estados Unidos, relatou que a polícia estava esperando do lado de fora quando seu pai abriu a porta para jogar o lixo. Eles pegaram dezenas de livros do Falun Gong e levaram Ji embora, afirmou ele em entrevista ao programa “Facts Matter” da EpochTV.
Foi um grande choque para a família porque aconteceu no primeiro dia do Ano Novo Chinês, o maior evento anual da China, onde as famílias se reúnem e trocam votos de felicidades, declarou Zhang.
Na época dos Jogos Olímpicos de 2008, Zhang tinha seus 20 anos e estava trabalhando na cidade de Xi’an, a cerca de 3.200 quilômetros de sua mãe presa. Ele se lembrou de assistir à “fabulosa” cerimônia de abertura, que foi “como um enorme banquete celebrando a unidade”.
Mas o tempo todo, ele não conseguia deixar de pensar no que sua mãe estava sofrendo no campo de trabalho. Algo estava errado com o país, ele pensou consigo mesmo na época.
“Ela foi presa e torturada apenas por sua crença em verdade, compaixão e tolerância”, relatou Zhang, citando os três princípios fundamentais do Falun Gong. “E sua disposição de continuar a dizer a verdade, mesmo que o governo não queira que ela faça isso”.
“Ela foi presa para ser colocada em um campo de trabalho para ser torturada, para ser silenciada por aquela cerimônia fabulosa… na qual todos do mundo estão focados.”
Zhang falou com carinho de sua mãe, descrevendo-a como calorosa, ativa e respeitada por sua honestidade. Ele, no entanto, está preocupado com a saúde dela, que se deteriorou em meio aos anos de tormento. Três meses atrás, Ji sofreu um ataque cardíaco e uma convulsão durante outra invasão domiciliar. A polícia levou muito dinheiro, no valor de cerca de 40.000 yuanes (US $6.200) no total, de acordo com o Minghui.
“Ela é teimosa, porque uma vez que ela acha que algo está certo, ela não vai desistir.”
Roman Balmakov contribuiu para esta reportagem.
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