Anos depois que as autoridades locais falharam em fornecer assistência aos aldeões que foram vítimas de um terremoto devastador, esses aldeões ficaram fartos e entraram em choque com a polícia.
Em agosto de 2014, um terremoto de magnitude 6,1 sacudiu a área do condado de Ludian, na província de Yunnan, no Sudoeste da China.
Fontes oficiais disseram que 617 pessoas morreram e milhares mais ficaram feridas.
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A sra. Li, residente do vilarejo de Ange, localizado no condado de Ludian, disse ao Epoch Times que, no dia 24 de janeiro, uma aldeã idosa morreu durante uma briga com um funcionário da comunidade. A mulher idosa e sua nora foram exigir os fundos de compensação que as autoridades locais teriam desviado e embolsado. Durante a discussão, o confronto tornou-se físico, e o funcionário da comunidade empurrou a mulher para o chão, disse ela.
Posteriormente, cerca de 200 a 300 aldeões de sua comunidade se reuniram nas ruas em solidariedade. Pouco depois, entre 20 e 30 policiais de choque chegaram à cena. Quando a polícia tentou colocar o funcionário numa viatura policial, os moradores bloquearam a rua.
Os vídeos da cena mostram aldeões jogando pedras na polícia e destruindo veículos policiais. A sra. Li disse que os dois lados permaneceram nesse impasse por um longo tempo. O conflito começou durante o dia e durou até 1h da madrugada.
No Weibo, uma plataforma chinesa de mídia social similar ao Twitter, a página oficial das autoridades do condado de Ludian publicou sua versão da história: a mulher idosa morreu de choque depois de ouvir que sua nora estava envolvida numa briga com funcionários locais. Então, a família da mulher idosa bloqueou a rua, atraindo muitos espectadores.
Quando um repórter do Epoch Times questionou sobre o incidente telefonando para o departamento de relações públicas das autoridades do condado, eles indicaram à declaração no Weibo e disseram ao repórter para entrar em contato com a polícia local para obter informações sobre quaisquer baixas.
As chamadas telefônicas para o departamento de polícia local não foram respondidas ou retornadas a tempo da publicação da matéria.
A sra. Li disse que as autoridades locais pararam os projetos de construção destinados a restaurar ou substituir as casas destruídas das vítimas do terremoto. Algumas autoridades ofereceram compensações para a construção de uma nova casa após a demolição, mas os valores não são suficientes, disse ela. “Apenas 600 yuanes (cerca de US$ 95) por metro quadrado para uma casa simples, e 910 yuanes (cerca de US$ 144) por metro quadrado para uma habitação de cimento e aço; isso não é suficiente para cobrir os custos. Claro, os aldeões não querem se mudar.”
Ela também disse que os aldeões não receberam pagamentos de assistência social, enquanto todos os funcionários do regime receberam sua parte. Algumas terras dos aldeões já foram apropriadas à força, com as autoridades pagando aos aldeões 101 yuanes (cerca de US$ 16) por metro quadrado, muito abaixo do valor de mercado.
O sr. Luo, morador do vilarejo de Tangfang, no mesmo município, disse que os conflitos entre as autoridades e os aldeões têm ocorrido frequentemente desde o terremoto. “Ontem [25 de janeiro], foi o mais grave. Em 2015, os aldeões expulsaram do vilarejo o comitê do Partido Comunista Chinês. Porque eles foram forçados a sair, ninguém se envolveu em luta ou se machucou. Naquela época, foi porque as autoridades do vilarejo embolsaram o dinheiro de compensação [destinado às vítimas] do terremoto”, disse ele. Esse dinheiro incluía 3 mil yuanes (cerca de US$ 474) por casa, destinado a recuperar as perdas da criação de ovelhas, mas os aldeões receberam apenas 2 mil yuanes (cerca de US$ 316) em suas mãos.
Colaborou: Gu Xiaohua
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