As Forças Armadas do regime comunista chinês iniciaram nesta quinta-feira (fuso local) manobras militares ao redor da ilha de Taiwan para “punir fortemente os atos separatistas relativos à independência” da ilha e advertir “contra a interferência e a provocação” de forças externas.
O Comando do Teatro Oriental de Operações do Exército de Libertação Popular (ELP) disse que os exercícios começaram às 7h45 (20h45 de quarta-feira em Brasília) e envolvem todas as forças da instituição: Força Terrestre, Marinha, Força Aérea, Força de Foguetes e Força de Apoio Estratégico.
A manobra militar ocorre três dias depois da posse do novo presidente de Taiwan, Willian Lai (Lai Ching-te), considerado por Pequim como um “secessionista” e “causador de problemas”.
O destacamento abrange áreas do Estreito de Taiwan, junto com o norte, o sul e o leste da ilha e áreas ao redor das ilhas Kinmen, Matsu, Wuqiu e Dongyn.
O porta-voz do Comando do Teatro Oriental, Li Xi, disse que as manobras – batizadas de Joint Sword – 2021A – serão realizadas até amanhã, sexta-feira.
Os exercícios se concentram na prontidão de combate aéreo e marítimo conjunto, assumindo o controle do campo de batalha e ataques de precisão em alvos chaves, de acordo com Li.
Ele acrescentou que a atividade militar inclui navios de patrulha e aeronaves “se aproximando” de áreas ao redor da ilha de Taiwan. Além disso, haverá operações integradas “dentro e fora” do arquipélago para testar as capacidades reais de combate das forças que compõem o comando.
Esses exercícios também servem “como uma forte punição aos atos separatistas das forças que defendem a ‘independência de Taiwan’ e como uma séria advertência contra a interferência e a provocação de forças externas”, acrescentou o porta-voz.
Taiwan mobiliza forças
A resposta de Taiwan à ação da China foi imediata e envolveu a mobilização de suas Forças Armadas.
“O exercício militar desta vez não só não ajuda na paz e na estabilidade no Estreito de Taiwan, mas também destaca a mentalidade militarista do Partido Comunista chinês, que é a essência do expansionismo militar e da hegemonia”, disse o Ministério da Defesa Nacional (MND) de Taiwan em um comunicado.
O governo da ilha adotará “ações práticas” para “proteger a liberdade, a democracia e a soberania” da República da China (nome oficial de Taiwan), de acordo com a mesma pasta.
“O Ministério da Defesa Nacional enfatiza que, diante dos repetidos avanços do exército comunista, todos os oficiais e soldados do Exército nacional estão preparados para a guerra”, acrescentou a pasta, que expressou “rejeição” ao que chamou de “provocações irracionais” da China e ações que “prejudicam a paz e a estabilidade regionais”.
O comunicado lembra que, “nos últimos anos, o Partido Comunista chinês continuou a enviar aviões e navios para assediar (Taiwan), causando danos substanciais à paz e à estabilidade globais”.
O regime chinês reivindica autoritariamente a soberania sobre Taiwan, um território que ela considera uma “província rebelde” desde que o partido nacionalista Kuomintang se estabeleceu lá em 1949, depois de perder uma guerra contra o exército comunista.