Os norte-coreanos que estão tentando escapar do brutal regime de Kim Jon-un através da China estão sendo detidos e deportados com frequência cada vez maior pelo regime chinês, de acordo com relatórios. Aqueles que foram enviados de volta à força enfrentam prisão, tortura e até mesmo execução.
Human Rights Watch calcula que apenas nos meses de julho e agosto, a China deteve 41 norte-coreanos que tentavam escapar do seu país atravessando a China, um aumento considerável em relação aos 51 que sabidamente foram presos em todo o período que vai de julho de 2016 a junho de 2017. Os fugitivos da Coreia do Norte foram presos em vários locais dentro da China, desde a fronteira da China com a Coreia do Norte até a fronteira do Lao com a China na província de Yunnan.
O fato de os norte-coreanos terem sido presos em locais tão distantes como Yunnan significa que alguns deles viajaram milhares de quilômetros dentro da China e estavam a pouca distância da liberdade antes que o aparelho de segurança do regime chinês selasse seu destino.
As severas medidas contra os fugitivos norte-coreanos provavelmente começaram em julho, quando a China prendeu um grupo de guias locais que ajudaram os norte-coreanos a atravessar o país. À medida que as notícias das medidas severas se espalhavam, os guias e os ativistas da “rede de resgate” tornaram-se mais relutantes em assumir o risco de transportar refugiados desconhecidos porque temiam ser entregues às autoridades chinesas.
Dos 92 fugitivos norte-coreanos que ficaram presos desde junho de 2016, apenas 46 permanecem sob custódia chinesa e os demais foram deportados para a Coreia do Norte, de acordo com a Human Rights Watch. O regime norte-coreano impõe castigo severo aos que tentam escapar do país. A maioria deles é presa em campos de concentração e enfrentam tortura e abusos, e alguns deles são executados, informou a Human Rights Watch.
A deportação de refugiados norte-coreanos para a Coreia do Norte foi classificada como uma violação da Convenção das Nações Unidas relativa ao Estatuto dos Refugiados, de 1951, e seu Protocolo de 1967. A China é signatária de ambos. O artigo 33 da Convenção, também conhecido como o princípio da não devolução, proíbe que os países expulsem ou devolvam um refugiado para um lugar onde “sua vida ou liberdade foram ameaçadas em razão de sua raça, religião, nacionalidade, participação em um determinado grupo social ou opinião política”.
O regime chinês considera os refugiados norte-coreanos apenas como “migrantes econômicos ilegais” em vez de pessoas que buscam refúgio ou asilo, mesmo que esses cidadãos sejam reconhecidos internacionalmente como refugiados que enfrentarão perseguições severas ao regressar.
A Coreia do Norte também intensificou seus esforços para implementar medidas severas contra as deserções. Em um relatório recente, o ministro da Unificação da Coreia do Sul disse que 780 norte-coreanos chegaram a um lugar seguro no sul entre janeiro e agosto, uma queda significativa em relação ao mesmo período do ano anterior, informou o Telegraph.
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