O regime chinês iniciou nesta sexta-feira o segundo dia de exercícios de suas Forças Armadas nos arredores de Taiwan, que inclui “operações integradas dentro e fora do arquipélago e um teste de capacidade conjunta de tomada do poder conjunta”, segundo fontes militares.
O porta-voz do Comando do Teatro Oriental, Li Xi, disse em um comunicado que as manobras – batizadas de Espada Conjunta – também consistirão em treinos de “ataques conjuntos e controle de áreas importantes”.
A ação militar da China ocorre na mesma semana em que tomou posse o presidente de Taiwan, William Lai (Lai Ching-te), considerado um “causador de problemas” por Pequim.
Na quinta-feira, primeiro dia dos exercícios, Taiwan pediu calma a seus cidadãos, mobilizou suas Forças Armadas e garantiu que protegerá a democracia na ilha com “determinação”.
As manobras de quinta-feira incluíram a participação de ao menos 42 aeronaves e 31 navios chineses ao redor da ilha e de seus arquipélagos periféricos, de acordo com o Ministério da Defesa de Taiwan.
Dessas 42 aeronaves, 28 teriam cruzado o divisor de águas do Estreito de Taiwan, uma fronteira não oficial que foi respeitada por Pequim e Taipé por décadas até 2022, ou entrado na autoproclamada Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) de Taiwan.
Na quinta-feira, as Forças Armadas chinesas descreveram os exercícios como uma “forte punição” para os “atos separatistas” daqueles que buscam a “independência de Taiwan”, enquanto o Ministério das Relações Exteriores da China assegurou que esses eram movimentos “legítimos e necessários”.
Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan reiterou que a ilha “continuará a defender sua crença na democracia” e não mudará “devido à coerção” da China.
A China está recorrendo a essas manobras pela quarta vez desde 2022, quando realizou a primeira em resposta à visita da então presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan, o que enfureceu Pequim e elevou as tensões entre os dois lados do estreito a níveis nunca vistos em décadas.
A ilha autônoma, cuja soberania é reivindicada por Pequim, é uma das principais fontes de atrito entre a China e os Estados Unidos – principal país fornecedor de armas a Taiwan e que pode intervir em caso de conflito.