Por Ivan Pentchoukov, Epoch Times
Os Estados Unidos e a China impuseram um ao outro tarifas de um montante de US$ 34 bilhões em importações.
Horas antes do prazo limite de Washington para que as tarifas entrassem em vigor, o presidente Donald Trump subiu a aposta para o maior parceiro comercial dos Estados Unidos, advertindo que o país poderia aplicar tarifas maiores que US$ 500 bilhões em produtos chineses, ou aproximadamente a quantidade total de importações norte-americanas da China feitas o ano passado.
O Ministério do Comércio chinês, em um comunicado divulgado pouco depois do término do prazo dos Estados Unidos à meia-noite da sexta-feira (6), disse que foi forçado a aplicar represálias, o que significa que os bens importados dos Estados Unidos como automóveis, soja e lagostas passarão a enfrentar uma réplica de tarifas da ordem de 25%.
China apresentou uma queixa perante a Organização Mundial de Comércio (OMC) contra os Estados Unidos, disse o ministro na sexta-feira em um comunicado na internet.
Esperava-se que as futuras tarifas afetassem a bolsa de valores norte-americana, porém a notícia de uma forte elevação dos empregos no país, publicada no mesmo dia, compensou qualquer receio de possíveis disputas comerciais.
Os mercados futuros de soja da China caíram mais de 2% na tarde de sexta-feira antes de recuperar a maior parte das perdas, em meio à dúvida inicial do mercado sobre se Pequim iria realmente implementar as tarifas. Mais tarde, elas foram confirmadas.
“A guerra comercial nunca será uma solução”, disse o primeiro-ministro chinês Li Keqiang em uma coletiva de imprensa com o primeiro-ministro búlgaro Boyko Borisov em Sofia, antes da cúpula de 16 países da Europa Central e Oriental.
“A China nunca começará uma guerra comercial, mas se qualquer das partes recorrer a um aumento nas tarifas, então o país tomará medidas em resposta para proteger os interesses do desenvolvimento”.
No período que antecedeu ao prazo limite, não houve sinais de novas negociações entre membros do regime chinês e do governo norte-americano, conforme divulgaram fontes comerciais em Washington e Pequim.
“Nossa previsão para este verão é de apenas uma modesta escalada na ‘guerra comercial’, disse Merrill Lynch, do Banco da América, em um comunicado emitido na sexta-feira.
Trump impôs maiores tarifas em resposta a anos de práticas comerciais desleais e ao roubo de propriedade intelectual por parte do regime comunista chinês.
A lista de tarifas aplicadas na China é muito grande para produtos agrícolas como soja, sorgo e algodão, o que alguns têm insinuado ser uma retaliação política contra os agricultores norte-americanos dos Estados que apoiaram Trump nas eleições de 2016.
Um assessor do Banco Central da China disse que as tarifas de importação dos Estados Unidos sobre produtos chineses reduzirá o crescimento econômico chinês em 0,2 pontos percentuais, informou a agência estatal de notícias Xinhua na sexta-feira.
O preço da vigilância
Os importadores de produtos de varejo norte-americanos afetados por tarifas chinesas mais elevadas se mostraram relutantes em repassar os custos aos consumidores, pelo menos por agora.
Uma análise de mais de quatro dezenas de produtos específicos norte-americanos mostrou que os preços mudaram pouco desde o início da semana até a tarde de sexta-feira. Os produtos, todos vendidos em plataformas chinesas de comércio eletrônico, vão desde ração para cães até nozes e uísque.
A empresa Ford Motor Co. declarou na quinta-feira que, por enquanto, não vai aumentar os preços do carro Ford importado e dos modelos Lincoln de luxo da China.
Alguns portos retiveram produtos dos Estados Unidos, conforme declararam quatro fontes diferentes na sexta-feira. Eles não relataram instruções diretas para reter a carga, mas alguns departamentos aduaneiros disseram que esperavam uma guia oficial para impor taxas adicionais.
Colaborou: Reuters