Por Brehnno Galgane, Terça Livre
Setenta anos depois da entrada de tropas chinesas na guerra da Coreia para enfrentar os americanos, o ditador comunista Xi Jinping fez, na sexta-feira (23/10), um forte discurso ditatorial em que afirmou que a China está “determinada a derrotar invasores”.
Sem se referir diretamente aos EUA, o ditador chinês afirmou que seu país não permitirá que sua soberania, segurança e desenvolvimento sejam minados por interesses estrangeiros.
“O povo chinês não criará problemas, mas também não temos medo e, independentemente de dificuldades ou desafios que enfrentemos, nossas pernas não tremerão e nossas costas não se dobrarão”, disse o líder chinês.
O líder chinês também repetiu o apelo para acelerar a modernização da defesa e das Forças Armadas do país. “Sem um Exército forte, não pode haver pátria forte”, disse.
Apesar de não mencionar explicitamente os conflitos de interesses com os EUA, o discurso de Xi reforça a ameaça de retaliação ao governo americano que, na quinta (22/10), anunciou a aprovação da venda a Taiwan, por US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões), de 135 mísseis de defesa Slam-ER, que têm capacidade de alcançar a parte continental do território chinês.
Washington também decidiu vender à ilha que Pequim considera rebelde lança-foguetes táticos por US$ 436 milhões (R$ 2,4 bilhões) e equipamentos de imagem para reconhecimento aéreo por US$ 367 milhões (R$ 2,05 bilhões), o que eleva o total dos contratos a US$ 1,8 bilhão (R$ 10 bilhões).
“A China dará uma legítima e necessária resposta a depender da evolução da situação”, alertou o porta-voz da diplomacia chinesa, Zhao Lijian.
O regime chinês, que reivindica Taiwan como parte de seu território, pediu aos EUA que anule a venda “para evitar maiores prejuízos às relações bilaterais, assim como à paz e à estabilidade no Estreito de Taiwan”.
O mesmo raciocínio pode ser aplicado a Hong Kong. A ex-colônia britânica foi devolvida à China em 1997 sob as regras de um acordo que previa autonomia do território em relação ao regime central de Pequim.
Em junho, porém, uma nova lei de segurança nacional intensificou o debate sobre os reais níveis de democracia e liberdade em Hong Kong. A legislação pune quaisquer atos que a China considere subversão, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras.
Na próxima semana, o Partido Comunista chinês também deve se reunir para traçar diretrizes políticas, econômicas e sociais para os próximos cinco anos.
Apoie nosso jornalismo independente doando um “café” para a equipe.
Veja também