Por Nicole Hao, Epoch Times
O Partido Comunista Chinês (PCC) está se preparando para comemorar, no dia 1º de outubro, o 70º aniversário da tomada do poder na China.
Em antecipação, a Agência Nacional de Rádio e Televisão (NRTA), agência estatal que supervisiona as indústrias de rádio e televisão da China, publicou nova norma em 31 de julho, ordenando que todos os canais de televisão na China transmitam os chamados programas de “drama vermelho” que louvam o Partido.
A agência publicou uma lista com 86 programas de televisão que os canais devem transmitir nos próximos 100 dias, explicando que é uma prioridade que as emissoras sejam “politicamente corretas”.
Diretiva
A NRTA solicitou que todas as emissoras de televisão “não transmitam nenhum drama histórico ou drama de ídolos” – referindo-se às novelas ambientadas na China antiga ou nas quais aparecem jovens celebridades populares – nos próximos 100 dias.
Em vez disso, a diretiva explica, as emissoras deverão escolher dramas similares ao estilo da lista aprovada, “com um tema claro… que enfoca as diferentes fases gloriosas e combativas nas quais o povo chinês cresceu, tornou-se rico e se fortaleceu”.
Os programas da lista, produzidos em 2018 e 2019, incluem “Amada China”, um relato biográfico da vida do ex-oficial sênior do PCC, Fang Zhimin, que liderou os aldeões para lutar contra o governo do Kuomintang durante a guerra civil chinesa dos anos 20 e 30; e “Grande Virada”, uma recontagem de como o ex-líder do PCC, Mao Tsé-tung, liderou soldados armados para derrotar o Kuomintang e vencer a guerra civil.
Outros dramas, como “Eventos Diplomáticos”, pretendem demonstrar que o regime chinês é respeitado internacionalmente. Essa série de televisão apresenta ex-líderes do Partido, como Mao, Zhou Enlai, Deng Xiaoping e Chen Yi, como diplomatas habilidosos que conquistaram grande honra para o Partido.
Em 1º de agosto, vários meios de comunicação chineses e taiwaneses também relataram que o regime chinês lançou seis filmes que serão exibidos neste verão. Estes incluem “Oitocentos”, um retrato dramático de como 800 soldados do Kuomintang defenderam o país contra a invasão do exército japonês em 1937; e “A lenda de Guan Gong”, sobre o general homônimo (160-220 dC) do período dos Três Reinos da China. Nos tempos modernos, ele é frequentemente adorado como uma divindade. O filme pode ter alterado as tendências ateístas do Partido.
Comentários
Analistas chineses dizem que a censura aumentou, já que este ano coincide com momentos delicados, como o 30º aniversário do massacre da Praça Tiananmen.
“O declínio da economia chinesa é outra razão importante”, disse o comentarista Li Jiabao à Radio Free Asia no dia 1º de agosto, observando que o regime chinês está preocupado que os problemas econômicos possam fazer com que os cidadãos expressem seu desacordo com a autoridade do Partido.