China estreia possível novo caça, alimentando especulações sobre poder aéreo avançado

Por Stephen Xia e Sean Tseng
14/01/2025 15:53 Atualizado: 14/01/2025 15:53
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

A indústria de aviação da China recentemente causou agitação ao revelar, em 26 de dezembro, o que pareciam ser novos caças furtivos de alto desempenho—diferentes do caça de quinta geração J-20voando à vista de todos.

Em menos de um dia, fotos de duas aeronaves distintas, sem cauda, circularam nas redes sociais, indicando que estavam em testes de voo. Seus designs estão alinhados com vários conceitos associados ao impulso da China por tecnologia aérea de sexta geração. No entanto, especialistas estão cautelosos em classificá-las como tal, devido à falta de dados e à natureza sigilosa dos avanços militares.

O relatório de defesa de 2024 do Pentágono observa que o Exército de Libertação Popular (PLA, na sigla em inglês) está desenvolvendo bombardeiros furtivos supersônicos de médio e longo alcance, além do bombardeiro estratégico subsônico H-20. Este novo design pode estar alinhado com esse plano, lembrando jatos da era da Guerra Fria, como o F-111 dos EUA ou o Su-24 soviético, mas atualizado com tecnologia furtiva moderna.

Ao revelar esses novos jatos, Pequim pode estar tentando alimentar discussões nos Estados Unidos sobre os programas de caças de sexta geração do PLA, lançando dúvidas sobre a superioridade militar dos EUA e forçando Washington a reavaliar suas estratégias militares.

O debate sobre a escolha entre aeronaves tripuladas e não tripuladas pode ser central e influenciar a eficácia de combate dos EUA, o planejamento militar de longo prazo e os investimentos tecnológicos. Essa escolha afeta as alocações orçamentárias: aeronaves tripuladas exigem altos custos de pessoal e manutenção, enquanto sistemas não tripulados demandam altos investimentos iniciais em tecnologia, mas oferecem economia operacional e redução de riscos humanos.

O primeiro caça visto em 26 de dezembro chamou muita atenção. Visto voando ao lado de um J-20, parecia um pouco maior, com uma ampla asa delta e sem cauda convencional. Sua grande cabine indicava que era uma aeronave tripulada, e a fuselagem apresentava dutos de entrada em ambos os lados, além de uma entrada adicional atrás do cockpit. Isso levou alguns analistas a especular que ele poderia ser movido por três motores a jato, enquanto outros acreditam que a entrada extra serve apenas para resfriamento e redução de sinais infravermelhos.

Este avião parece projetado para melhor furtividade, maior alcance, maior velocidade e maior capacidade de carga do que o J-20. No entanto, é cedo para classificá-lo como um caça de sexta geração. Pode ser um “caça-bombardeiro” furtivo destinado a substituir aeronaves mais antigas, como o JH-7, já que a indústria de aviação da China não produz um novo caça-bombardeiro desde esse modelo.

Segundo o relatório do Pentágono, esses bombardeiros furtivos equipados com mísseis de cruzeiro de longo alcance poderiam expandir o alcance estratégico do regime chinês. Isso permitiria ao PLA projetar poder além de sua região imediata—possivelmente até a Segunda Cadeia de Ilhas ou mais longe—, aumentando as tensões em áreas como o Estreito de Taiwan, o Mar do Sul da China e o Mar da China Oriental.

A segunda aeronave avistada no mesmo dia era menor e mais difícil de identificar devido à baixa qualidade das fotos. Pode ser um projeto da Shenyang Aircraft Corporation, que também fabrica o J-16, J-15 e o recém-revelado J-35. Enquanto isso, a aeronave maior, sem cauda, provavelmente um projeto da Chengdu Aircraft Corporation, tinha o número “36” próximo à entrada, levando a mídia estrangeira a chamá-la de “J-36.”

No final de 2022, o general Mark Kelly, então chefe do Comando de Combate Aéreo dos EUA, disse que a China está buscando capacidades semelhantes às do programa Next Generation Air Dominance dos EUA, que visa desenvolver um caça tripulado com baixa assinatura de radar, sensores avançados, computadores de voo assistidos por inteligência artificial (IA) e sistemas de arquitetura aberta.

Ainda não está claro se o primeiro avião avistado em dezembro é um protótipo completo de sexta geração ou apenas uma plataforma de teste para novas tecnologias. A China tem realizado vários experimentos com caças tripulados há anos, o que pode incluir protótipos em escala reduzida e em tamanho real para testar novos equipamentos e sistemas.

Muitas características principais de um verdadeiro caça de sexta geração—como sistemas baseados em IA, materiais furtivos mais econômicos e motores de próxima geração projetados para velocidades supersônicas sustentadas e para alimentar armas futuras—ainda estão sob sigilo.

O momento das fotos “vazadas”, especialmente durante as festas de fim de ano, parece intencional. Em contraste, o programa de próxima geração da Força Aérea dos EUA mantém seus voos de teste amplamente fora da vista pública, em parte porque métodos modernos de design digital reduzem a necessidade de protótipos físicos.

A China ainda enfrenta dificuldades para produzir motores turbofan de alto desempenho confiáveis, embora esteja se esforçando para substituir as importações russas por modelos nacionais. Se este novo avião for realmente um bombardeiro furtivo supersônico, poderia representar um sério desafio para bases americanas no Pacífico Ocidental, especialmente em Okinawa, no Japão, e no território americano de Guam, além de qualquer força dos EUA apoiando Taiwan. Com velocidade supersônica, essa aeronave poderia escapar mais facilmente do radar ou fugir após ser detectada—uma vantagem que bombardeiros mais lentos não têm.

As opiniões expressas neste artigo são opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.