China é o principal fornecedor de tecnologia estrangeira para armas russas, afirma Ucrânia

O conselheiro presidencial ucraniano, Vladyslav Vlasiuk, instou a Europa a sancionar a empresa nuclear russa Rosatom.

Por Catherine Yang
25/09/2024 16:24 Atualizado: 25/09/2024 16:29
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

Quase 60% das peças estrangeiras encontradas em armas russas vêm da China, disse o assessor presidencial ucraniano Vladyslav Vlasiuk durante uma coletiva em Bruxelas em 24 de setembro.

Vlasiuk mostrou aos repórteres uma lista de tecnologias encontradas no campo de batalha, que incluía chips avançados fabricados por empresas americanas como Analog Devices, Texas Instruments, Xilinx, de propriedade da AMD, e Altera, da Intel, além de Cypress Semiconductor, da Infineon, com sede na Alemanha. Alguns dos chips foram fabricados no ano passado, enquanto outros foram feitos há mais de uma década.

“Se você pegar todos os tipos usuais de armas e contar os componentes fabricados no exterior – cerca de 60% viriam da China. Tivemos longas discussões com alguns fabricantes sobre isso”, disse Vlasiuk, que estava em Bruxelas para se encontrar com membros da União Europeia e do G7 para discutir sanções contra a Rússia. “A RPC [República Popular da China] é o maior problema, eu diria.”

Vlasiuk pediu à Europa que sancionasse a empresa nuclear russa Rosatom, pois a Ucrânia acredita que as redes da Rosatom estão sendo usadas para abastecer as Forças Armadas Russas.

A Rosatom é uma das principais empresas de energia nuclear, com 17% do mercado global de combustível nuclear, cerca de 50% do mercado de processamento e enriquecimento de urânio e 70% do mercado de exportação de reatores.

Como fornece energia crítica para a Europa, as sanções criariam novas dificuldades para a União Europeia.

Vlasiuk também propôs sanções visando o acesso logístico da Rússia — aeroportos e portos marítimos — e instituições financeiras.

O pedido de Vlasiuk vem quando os Estados Unidos pediram aos países europeus que façam mais para dissuadir a China de apoiar o exército russo.

O Partido Comunista Chinês (PCCh) negou publicamente que esteja apoiando a Rússia na guerra Rússia–Ucrânia, mas o governo dos EUA e investigações da mídia descobriram maneiras pelas quais empresas ligadas ao PCCh estão ajudando a Rússia a evitar sanções internacionais.

No mês passado, os Estados Unidos sancionaram 400 empresas russas e chinesas por sua participação no conflito Rússia–Ucrânia, visando empresas de TI e o setor financeiro da Rússia, o que, segundo Vlasiuk, foi eficaz.

O vice-secretário de Estado dos EUA, Kurt Campbell, disse em Bruxelas no início deste mês que a cooperação entre Rússia e China não era “uma aliança tática”, mas “um alinhamento fundamental” que foi “orquestrado nos mais altos níveis dos dois Estados.”

“A China fornece armas e peças, enquanto a Rússia oferece apoio no desenvolvimento das capacidades militares da China”, disse Campbell.

Campbell disse que a ajuda da Rússia no aperfeiçoamento de certas capacidades militares da China teria “um impacto importante, negativo e preocupante” em outras nações da região Indo-Pacífico.

A Rússia está treinando o exército chinês em áreas-chave, incluindo submarinos, design aeronáutico, tecnologia stealth e capacidades de mísseis, acrescentou.

Campbell pediu que as nações europeias sejam mais enérgicas ao condenar e bloquear a cooperação Rússia-China.

A Reuters contribuiu para este artigo.