Por Jennifer Zeng, Epoch Times
O primeiro ministro chinês Li Keqiang disse recentemente que “tempos de austeridade” estão chegando à China. Sua advertência seguiu-se a outra semelhante feita pelo ministro das Finanças chinês. Analistas afirmam que essa conversa sobre cortes é um sinal de que a economia do país está piorando.
Segundo o site oficial do Conselho de Estado da China, Li presidiu uma reunião executiva do Conselho de Estado em 9 de janeiro. Durante a reunião, foi tomada a decisão de implantar medidas de redução de impostos para pequenas e microempresas.
Li disse na reunião: “Reduzir tantos impostos a cada ano naturalmente pressionará nosso orçamento. Todos os níveis de órgãos e departamentos do governo deverão fazer cortes em seus desembolsos regulares, com um entendimento firme e claro de que estamos passando por tempos de austeridade”.
Li também disse: “Pequenas e microempresas são as principais entidades que criam oportunidades de emprego. O objetivo central de reduzir seus impostos é apoiar o emprego. Em um momento em que a pressão da recessão econômica é cada vez maior, essa medida pode desempenhar um papel crítico na estabilização da situação do mercado de trabalho”.
Durante uma reunião financeira nacional em Pequim realizada nos dias 27 e 28 de dezembro, o ministro das Finanças chinês, Liu Kun, disse que no complicado ambiente internacional, para manter a estabilidade da China, o Estado deve reduzir bastante impostos e taxas, estar preparado para passar por tempos de austeridade e cortar gastos regulares.
Na China, pequenas, micro e médias empresas respondem por 99% de todas as empresas em termos de números. A maioria delas é privada. Existem cerca de 70 milhões dessas empresas na China. Elas contribuem com mais de 60% do PIB do país. As empresas estatais são principalmente empresas de grande porte. As 98 empresas estatais contribuem com 32% do PIB.
O analista Shi Shi disse que o fato de os líderes chineses enfatizarem “passar por tempos de austeridade” indica que a economia do país está passando por tempos muito difíceis.
Xiang Songzuo, ex-economista-chefe do Banco Agrícola da China, ex-vice-diretor do Banco Popular da China, e vice-diretor e alto membro do Centro Internacional de Pesquisa Monetária da Universidade Renmin da China, revelou em um discurso interno em dezembro que segundo “um grande instituto de pesquisa”, o crescimento do PIB da China foi de apenas 1,67%. Usando outro sistema de medição, constatou-se que o crescimento do PIB foi negativo.
A estimativa oficial do crescimento do PIB foi de 6,5%, a menor em uma década.
Xiang Songzuo acredita que a causa da recessão econômica é que as empresas privadas chinesas receberam um forte impacto em 2018. A guerra comercial com os Estados Unidos também desempenhou um grande papel.
Shi Shi disse que o Estado chinês foi forçado a cortar impostos para evitar uma maior deterioração da economia, bem como para sustentar o mercado de trabalho a fim de evitar agitação social. As pequenas e médias empresas empregam cerca de 80% da população. Se estas pessoas perderem o emprego, isso terá um grande impacto sobre o regime. As empresas estatais empregam apenas cerca de 1,6% da força de trabalho.
Em 22 de outubro, o site de notícias chinês Net Ease publicou uma reportagem com o título “No primeiro semestre deste ano, 5,04 milhões de empresas foram à falência, mais de 2 milhões de pessoas perderam seus empregos”. A matéria foi retirada pouco depois.
Em setembro de 2018, um artigo da Sina Finance afirmou que a cada ano há cerca de 1 milhão de empresas na China que vão à falência. Em outras palavras, a cada minuto são fechadas duas empresas. Entre os milhões de pequenas e médias empresas, menos de 7% sobrevivem por mais de 5 anos; e menos de 2% sobrevivem por mais de 10 anos.
Em outras palavras, é provável que 98% das pequenas e médias empresas chinesas acabem sendo extintas.
Todos os mercados acionários da China caíram em 14 de janeiro, depois que os números da importação e exportação de dezembro foram anunciados.
Segundo dados da Administração Geral das Alfândegas da China, as importações do país em dezembro caíram 7,6%, em contraste com o aumento de 4,5% esperado.
Ao mesmo tempo, as exportações em geral caíram 4,4% em relação ao ano anterior, o que significou a maior queda mensal em dois anos.