China deixa de renovar credenciais de correspondentes de imprensa dos EUA

07/09/2020 20:31 Atualizado: 07/09/2020 20:31

Por Agência EFE

Pequim, 7 set – A China deixou de renovar as credenciais de imprensa dos correspondentes americanos que trabalham no país asiático.

Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, o Clube de Correspondentes Estrangeiros da China (FCCC) disse estar “muito alarmado” pelo fato de que o Ministério das Relações Exteriores tenha “emitido cartas, em vez de credenciais de imprensa, o que deixa os jornalistas estrangeiros baseados na China em uma situação temporária e precária”.

A entidade disse que “pelo menos cinco jornalistas de quatro veículos de comunicação dos EUA”, incluindo correspondentes do “The Wall Street Journal” e da rede “CNN” estejam nesta situação.

De acordo com o FCCC, o Ministério das Relações Exteriores chinês alegou que as cartas acima mencionadas podem ser revogadas a qualquer momento, o que representa uma ameaça constante de expulsão.

“O regime chinês disse explicitamente que esta reação é uma resposta à expiração do visto, marcada para 6 de novembro, dos jornalistas chineses baseados nos Estados Unidos, muitos dos quais trabalham para a imprensa estatal chinesa”, diz o comunicado.

Por sua vez, a porta-voz principal do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, disse hoje que a pasta “ficaria feliz em continuar” sua “excelente cooperação com os jornalistas americanos, se os jornalistas chineses forem tratados com justiça nos Estados Unidos”.

O clube de correspondentes estrangeiros pediu a Pequim para que deixe a política de “olho por olho” em um dos piores anos de liberdade de imprensa na China.

Somente no primeiro semestre de 2020, a China expulsou 17 jornalistas estrangeiros, e pelo menos outros 10 receberam penalidades de vários tipos, incluindo credenciamento por um mês, em vez do padrão de um ano.

O episódio se soma a uma atmosfera de animosidade em relação à imprensa estrangeira, cujos membros são monitorados e intimidados diariamente, uma tendência ascendente, de acordo com o último relatório das condições de trabalho do FCCC.

 

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