A China aumentará seus gastos com defesa em 7,2% neste ano, para 1,665 trilhão de iuanes (US$ 231,352 bilhões), segundo um relatório que será analisado nos próximos dias pelo Congresso Nacional do Povo (CNP), que iniciou nesta terça-feira sua sessão anual.
A definição dessa verba, que também havia aumentado em 7,2% em 2023, ocorre em meio às tensões no Mar do Sul da China e envolvendo Taiwan, ilha considerada um território rebelde pelo regime comunista chinês.
As tensões têm sido particularmente significativas com as Filipinas, que fortaleceram sua aliança militar com os Estados Unidos para conter as ambições expansionistas da China, o que levou a incidentes envolvendo navios nos últimos meses, levantando preocupações sobre possíveis combates armados na região.
Quanto a Taiwan, Pequim acredita que o Partido Democrático Progressista (PDP), pró-soberania e que governou nos últimos oito anos e continuará no poder depois que seu candidato venceu as recentes eleições presidenciais, está colocando lenha na fogueira “acesa pelos separatistas” ao aumentar seu orçamento de defesa e assinar acordos para receber armas dos EUA.
O primeiro-ministro da China, Li Qiang, disse nesta terça-feira em seu relatório de ações do governo que o país “vai se opor resolutamente” a qualquer “atividade secessionista que vise à ‘independência de Taiwan'”, assim como à “interferência de forças externas” na ilha, que tem governo próprio desde 1949.
“Promoveremos o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do Estreito (de Taiwan), mas defenderemos a grande causa firme e imutável da reunificação de nossa terra natal. Aprofundaremos o desenvolvimento integrado dos dois lados e aumentaremos o bem-estar de nossos compatriotas de Taiwan”, afirmou.
Li também disse que a China seguirá uma política externa “independente” e buscará o “desenvolvimento pacífico” com base na abertura e na cooperação.
“A China busca promover uma multipolarização global igualitária e uma globalização econômica inclusiva da qual todos possam se beneficiar”, ressaltou.
Ele também frisou que a China “vai lutar” contra o que ele considera “atos de hegemonismo e autoritarismo”, e que vai trabalhar com a comunidade internacional para implementar sua Iniciativa de Desenvolvimento Global, destinada a acelerar a implementação da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável.
O primeiro-ministro chinês também indicou que a China também tentará levar adiante sua Iniciativa de Segurança Global proposta pelo ditador Xi Jinping, que se opõe ao uso de sanções no cenário internacional.