A China anunciou nesta terça-feira (03) que restringirá as exportações para os Estados Unidos de gálio, germânio, antimônio e grafite, metais essenciais para a fabricação de semicondutores e baterias, entre outros, tanto para uso civil como militar.
A medida, que entra em vigor hoje mesmo, surge depois de Washington ter anunciado novas restrições tecnológicas contra a China para limitar sua capacidade de desenvolver microchips avançados, algo que Pequim denunciou como “um ato de coerção econômica”.
O Ministério do Comércio chinês declarou em comunicado que proibirá a exportação de gálio, germânio e antimônio com “dupla utilização civil e militar”, ao mesmo tempo que serão “mais rigorosos” com a exportação de grafite.
A pasta de Comércio assegurou que está tomando a medida “para proteger a segurança e os interesses da China” e “cumprir obrigações internacionais como a não proliferação”.
“Qualquer organização ou indivíduo de qualquer país ou região que viole as disposições anteriores e transfira ou forneça itens de dupla utilização originários da República Popular da China a organizações ou indivíduos nos Estados Unidos será responsável perante a lei”, acrescentou a nota.
Em julho, a China já tinha anunciado restrições gerais à exportação de gálio e germânio, dois metais fundamentais para a fabricação de semicondutores, produto que está no centro das tensões comerciais e tecnológicas entre Pequim e o Ocidente, especialmente os Estados Unidos.
A China é o maior produtor mundial de ambos os elementos, com mais de 95% da produção de gálio e 67% da produção de germânio.
Pouco depois, em agosto, anunciou a imposição de restrições à exportação de antimônio, metal utilizado em diversos setores industriais como a fabricação de baterias e retardadores de chama, e outros elementos estratégicos; enquanto em outubro foi a vez de ajustes em suas políticas de controle de exportação relacionadas com produtos de grafite em prol da “segurança nacional”.
O gigante asiático, como principal produtor mundial deste elemento, controla uma parcela significativa do mercado global.
Estas novas restrições somam-se a uma série de medidas semelhantes implementadas pelo regime chinês nos últimos meses, como a proibição de exportar tecnologia para fabricar ímãs de terras raras.