O medicamento contra a COVID-19 aprovado pela China, o Azvudine, teve sua produção acelerada em grande escala, informaram nesta terça-feira representantes da indústria e do regime, após o fracasso recente das negociações para a inclusão do medicamento americano Paxlovid no seguro médico nacional.
Azvudina, originalmente usada para tratar a hepatite C, foi recentemente incluída na lista de cobertura básica do seguro de saúde do país após ser aprovada para o tratamento da COVID em julho do ano passado.
Outro medicamento local, o Qingfei Paidu, também entrou na lista como tratamento para a doença.
Representantes da empresa China Double Crane, uma das fabricantes do composto, explicaram hoje em entrevista coletiva que as suas fábricas estão trabalhando “24 horas por dia” para aumentar a produção de Azvudine, em um momento que o país enfrenta a maior onda de casos por coronavírus após o fim da política de COVID-zero, em dezembro.
A produção da empresa pode chegar a “12 milhões de comprimidos por dia após 15 de fevereiro”, disse o presidente da companhia, Lu Wenchao.
Na mesma entrevista coletiva, o vice-diretor do Departamento de Consumo do Ministério da Ciência e Tecnologia, Zhou Jian, destacou que a produção e oferta de medicamentos são “abundantes”, depois de algumas semanas em que houve críticas das autoridades nas redes sociais devido à escassez de medicamentos em algumas cidades durante o pior momento da onda de COVID-19.
Questionado sobre a eficácia do Azvudine em comparação com o Paxlovid, o representante do Ministério explicou que, embora o medicamento seja “seguro e eficaz”, são necessárias “mais evidências” para comparar seu desempenho com o do medicamento americano.
Nenhum dos participantes na entrevista coletiva forneceu detalhes sobre quando receberam instruções oficiais para se prepararem para uma onda de contágios, que foram tardias, segundo algumas vozes que criticam o levantamento das restrições sem fazer os preparativos adequados.
Fracassam negociações para Paxlovid
As autoridades sanitárias chinesas não chegaram a acordo com a farmacêutica americana Pfizer para incluir o Paxlovid no sistema de seguro básico de saúde, o que teria significado a sua disponibilização a um preço inferior ao preço de mercado.
Desde o ano passado, quando os surtos de COVID se espalharam pela China, o Paxlovid tem estado temporariamente coberto pelo seguro público e tem sido muito procurado desde dezembro, quando a onda de infecções começou em todo o país.
Segundo depoimentos nas redes sociais do país, o preço do medicamento chegava a centenas de dólares por caixa na revenda.
O preço exigido por Paxlovid para chegar a um acordo foi “muito alto”, explicou a Administração de Segurança Sanitária da China.
De acordo com o jornal digital “Caixin”, a empresa americana mal alterou o preço original de 1.890 yuans (US$ 270) por caixa durante as reuniões com as autoridades.
O fracasso das negociações significa que, a partir de 31 de março, o Paxlovid deixará de estar coberto pelo seguro de saúde estatal, o que significa que os pacientes terão de pagar seu preço integral para o adquirir.
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