Por Ivan Pentchoukov, Epoch Times
Os Estados Unidos estão considerando aumentar as tarifas sobre produtos da China da soma de 200 bilhões de dólares em 25%, em comparação com os 10% anunciados no mês passado, declarou o representante comercial norte-americano Robert Lighthizer.
O presidente Donald Trump mandou Lighthizer considerar elevar os direitos aduaneiros no início desta semana, de acordo com uma declaração do escritório do representante comercial. Um alto funcionário do governo disse a repórteres que Trump considerou 10% das tarifas anteriores muito “fracos”.
O escritório do representante comercial irá solicitar comentários de empresas sobre ambas as tarifas de 10 e 25%. Não se espera que haja uma decisão definitiva antes de setembro.
O anúncio chegou em um momento quando as negociações comerciais entre as duas nações atingiram um impasse e Washington precisava de maior influência para forçar a China a sentar para negociar. Igualmente se seguiu a uma queda constante no valor do yuan, o que fez com que os produtos chineses ficassem mais competitivos no mercado internacional.
“A administração Trump continua exortando a China a pôr fim às suas práticas desleais, a abrir seu mercado e a participar em uma verdadeira concorrência de mercado. Nós fomos muito claros sobre as mudanças específicas que a China deve empreender”, disse Lighthizer em uma declaração à imprensa. “Infelizmente, em vez de mudar seu comportamento prejudicial, a China adota represálias ilegais contra trabalhadores, agricultores, fazendeiros e empresas norte-americanas.”
“O possível aumento adicional sobre as tarifas tem como objetivo proporcionar à administração Trump opções adicionais para incentivar a China a mudar suas políticas e comportamentos nocivos, e a adotar políticas que conduzam a mercados mais justos e à prosperidade para todos os nossos cidadãos”, disse o representante.
O governo de Trump já aumentou os impostos sobre bens chineses no valor de 34 bilhões de dólares. Pequim respondeu a essa medida com tarifas “olho por olho” sobre os produtos norte-americanos, que incluem uma lista de produtos agrícolas. Washington demonstrou que não se curvará às contramedidas chinesas e anunciou bilhões em ajuda aos agricultores e produtores afetados pelos direitos aduaneiros em retaliação.
A Casa Branca acredita que os Estados Unidos têm mais munição nessa luta comercial devido à sua economia efervescente em contraste com a economia da China que está desacelerando.
Trump está fazendo uso do aumento das tarifas para forçar a China a reduzir as barreiras comerciais, acabar com o roubo de propriedade intelectual e fechar um acordo de comércio recíproco. Pequim não cedeu oficialmente em nenhum desses aspectos.
A China declarou ontem (1º) que “chantagem” não vai funcionar e que vai devolver o golpe se os Estados Unidos tomarem medidas adicionais para dificultar o comércio, incluindo a aplicação de um percentual de tarifas mais elevado.
“A pressão e a chantagem dos Estados Unidos não terão efeito. Se os norte-americanos tomarem ainda mais medidas, a China inevitavelmente tomará contramedidas e defenderá resolutamente seus direitos legítimos”, disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês Geng Shuang.
Washington também está se preparando para impor tarifas sobre outros 16 bilhões de dólares em bens chineses nas próximas semanas, e Trump advertiu que, em última instância, poderá colocá-las em mais de 500 bilhões de dólares em bens.