Bilionário chinês faz revelações surpreendentes sobre “desaparecimento” do voo da Malásia

07/11/2017 20:38 Atualizado: 27/01/2018 18:23

Reivindicações recentes sobre o desastroso voo MH370 da Malásia, que desapareceu três anos atrás, estariam relacionadas à tragédia da extração forçada de órgãos que ainda ocorre na China. Estima-se que inúmeros praticantes inocentes da disciplina espiritual do Falun Gong foram assassinados em massa desde 1999 para a obtenção de seus órgãos saudáveis.

A pintura intitulada "Extração ilegal de órgãos" de Dong Xiqiang. (Centro de Artes e Cultura Tradicional)
A pintura intitulada “Extração ilegal de órgãos” de Dong Xiqiang. (Centro de Artes e Cultura Tradicional)

Um magnata imobiliário chinês baseado em Nova York, que tem feito comentários sobre a corrupção no mais alto escalão do regime chinês, disse que o motivo do desaparecimento do voo MH370 da Malásia se deve ao encobrimento do assassinato de pessoas inocentes para que altos funcionários do Partido Comunista Chinês (PCC) e seus parentes possam obter órgãos de pessoas saudáveis.

Supostamente, o sumiço do avião visava eliminar muitos chineses “perigosos” que estariam no voo e que tinham conhecimento ou foram testemunhas das atividades ilegais da extração forçada de órgãos envolvendo funcionários do PCC. Das 239 pessoas a bordo, 153 deles eram chineses, e todos presumivelmente morreram.

O bilionário chinês Guo Wengui. (YouTube)
O bilionário chinês Guo Wengui. (YouTube)

Guo Wengui, que vive nos Estados Unidos, afirmou que o voo MH370 da Malásia com trajeto de Kuala Lumpur para Pequim em 8 de março de 2014 transportava vários chineses que haviam fugido da China por causa de seu conhecimento ou participação nos crimes hediondos e estavam retornando à China após terem sido “persuadidos” pelo PCC, quando então o voo desapareceu.

(Sanjit Das/Bloomberg via Getty Images)
(Sanjit Das/Bloomberg via Getty Images)

Numa de suas afirmações, Guo Wengui diz que cinco pessoas foram mortas para fornecer rins a Jiang Mianheng, o filho mais velho do líder chinês Jiang Zemin, no Hospital Geral Militar de Nanjing entre 2004 e 2008, informou o Vision Times.

“Quando o sr. Jiang Mianheng submeteu-se a uma série de transplantes de rim entre 2004 e 2008 num hospital em Nanjing, tudo foi organizado nos bastidores, uma seleção secreta de pessoas e de rins, tudo foi conduzido por Meng Jianzhu, por líderes do Comitê dos Assuntos Político-Legislativos de Xangai e por alguns líderes militares trabalhando juntos”, disse Guo Wengui num vídeo (traduzido para o inglês pelo China Digital Times), que foi filmado em seu apartamento em Manhattan.

Uma encenação sobre a extração forçada de órgãos de praticantes do Falun Gong na China, durante uma manifestação em Ottawa, Canadá. (Epoch Times)
Uma encenação sobre a extração forçada de órgãos de praticantes do Falun Gong na China, durante uma manifestação em Ottawa, Canadá. (Epoch Times)

Li Leishi, o médico assistente de transplante de rim e também vice-diretor do hospital, que supostamente realizou os transplantes, mais tarde “saltou” para a morte em abril de 2010. O cirurgião de transplante e professor Li Baochun, que saltou do 12º andar do Hospital No. 2 da Universidade Médico-Militar de Xangai em 4 de maio de 2007, também foi apontado por Guo Wengui com um dos possíveis envolvidos.

Meng Jianzhu era um firme aliado do ex-líder chinês Jiang Zemin. Embora Jiang Zemin tenha deixado o poder oficialmente em 2002, por causa de sua extensa conexão com funcionários e oficiais ainda difundidos por todo o aparato do regime, ele conseguiu influenciar e manter o controle sobre muitos membros do Partido e suas políticas. Em julho de 1999, Jiang Zemin ordenou e instigou a perseguição aos praticantes do Falun Gong, e pouco depois estes se tornaram a principal fonte “secreta” da extração forçada de órgãos sancionada pelo regime chinês.

Membros da família de Meng Jianzhu também receberam transplantes de órgãos. Guo Wengui diz que os envolvidos e suas famílias fugiram para a Malásia temendo por suas vidas, mas as autoridades os convenceram a retornar à China. Todos estavam a bordo do desgraçado voo que desapareceu.

Jiang Zemin, o ex-líder do Partido Comunista Chinês que ordenou o início da brutal perseguição aos praticantes do Falun Gong em 1999 na China. (Feng Li/Getty Images)
Jiang Zemin, o ex-líder do Partido Comunista Chinês que ordenou o início da brutal perseguição aos praticantes do Falun Gong em 1999 na China. (Feng Li/Getty Images)

Guo Wengui fez essas alegações no mês de setembro, enquanto continua a expor a corrupção no alto escalão do Partido Comunista Chinês. O China Digital Times disse que “o grau de falta de transparência que circunda a alta política do Partido na China torna impossível a verificação dos fatos afirmados por Guo”.

Ainda não está claro por que exatamente esse magnata imobiliário se voltou contra o regime comunista, mas é evidente que Guo Wengui tem seus descontentamentos e ressentimentos. De acordo com o Epoch Times no final de 2014, os negócios de Guo Wengui sofreram reveses, resultando na prisão de seu aliado e ex-oficial da inteligência chinesa Ma Jian, o que o levou a fugir do país.

Os ativos de Guo Wengui, avaliados em 70 bilhões de dólares, foram congelados na China, e alguns de seus familiares e funcionários foram presos, informou o Washington Free Beacon. Guo Wengui pediu asilo político nos Estados Unidos e teme por sua vida.

Mas ele não é o único que expôs esse genocídio hediondo.

Ethan Gutmann, um escritor e pesquisador que foi nomeado para o Prêmio Nobel da Paz de 2017 por seus incansáveis ​​esforços em investigar o enorme comércio envolvendo a extração forçada de órgãos na China, principalmente de praticantes do Falun Gong, expôs uma prática sistemática sancionada pelo regime e totalmente financiada pelo Partido Comunista Chinês. Ele forneceu provas irrefutáveis ​​dos horríveis crimes contra a humanidade que ocorrem ainda hoje na China, mesmo que o PCC continue a negar.

David Kilgour (à esquerda) , David Matas (centro) e Ethan Gutmann, autores da publicação investigativa "Bloody Harvest/The Slaughter: A Update". (Simon Gross/Epoch Times)
David Kilgour (à esquerda) , David Matas (centro) e Ethan Gutmann, autores da publicação investigativa “Bloody Harvest/The Slaughter: A Update”. (Simon Gross/Epoch Times)

Um relatório atualizado de Gutmann, publicado em conjunto com o advogado de direitos humanos David Matas e o ex-parlamentar canadense David Kilgour, analisa os programas de saúde em centenas de hospitais oficiais de transplante de órgãos da China.

“A conclusão que chegamos é que os chineses, que afirmam fazerem 10 mil transplantes por ano, posicionando-os em segundo lugar no mundo [em número de transplantes], não estão nessa posição, mas são os primeiros no mundo fazendo 60 a 100 mil transplantes por ano”, afirmou Gutmann.

A grande maioria desses órgãos vem de prisioneiros de consciência, praticantes da disciplina espiritual tradicional do Falun Gong, e essas pessoas estão literalmente sendo assassinadas por seus órgãos.