Banco Popular da China reduz ativos em moeda estrangeira em um terço

A China chegou ao fim do seu auge econômico impulsionado pelos investimentos e enfrenta sérios ventos contrários graças ao confronto comercial entre Pequim e os EUA

24/07/2019 21:49 Atualizado: 24/07/2019 21:49

Por Chriss Street, Epoch Times

Os ativos de alta qualidade em moeda estrangeira do Banco Popular da China atingiram seu auge em junho de 2014 e, desde então, caíram um terço, à medida que o banco vendeu ativos de alta qualidade e comprou ativos de menor qualidade.

O balanço do Banco Popular da China (BPC) era pequeno em 1980, com apenas 23 bilhões de dólares, ou 40% dos ativos em dívida pública de alta qualidade em moeda estrangeira. Os outros 60% estavam em “outros ativos” de baixa qualidade, geralmente em dívida bancária doméstica de baixo rendimento.

Em junho de 2014, o BPC tinha um dos melhores balanços capitalizados do planeta, com 3,993 trilhões de dólares, ou 84% dos ativos em dívida externa de alta qualidade.

Mas, desde meados de 2014, as posições cambiais de alta qualidade do BPC caíram em torno de 900 bilhões de dólares, chegando a 3,119 trilhões de dólares, ou seja, 57% dos ativos. Em junho de 2019, os “outros ativos” de baixa qualidade aumentaram em quase 250 bilhões de dólares, incluindo 100 bilhões no mês passado para nacionalizar o insolvente Bank Baoshang, que foi o primeiro resgate feito pelo Estado desde 1998.

Em 15 de junho, o BPC supôs que facilitaria a liquidez do mercado de empréstimos interbancários injetando 43,4 bilhões de dólares em garantias de crédito direto para apoiar os bancos rurais e de pequeno porte.

A Reuters informou que o BPC tentou evitar ser forçado a injetar ainda mais liquidez em “outros ativos” com baixa qualificação quando Li Chao, vice-presidente da Comissão Reguladora de Valores da China se reuniu com sete das principais instituições não bancárias da China em 16 de junho e ordenou que continuassem concedendo empréstimos interbancários de um dia para o outro a pequenos bancos rurais.

Mas o Epoch Times informou anteriormente que, apesar dos esforços do BPC, a taxa de juros interbancária de um dia subiu de 1,84% para 13,44% em 20 de junho, acima dos 8,22%to de 2011 no auge da crise financeira global.

A crise financeira da China pareceu se estabilizar no final de junho, depois que o BPC “instou” os maiores bancos estatais chineses a continuarem financiando os principais corretores da bolsa de valores por meio de empréstimos interbancários.

Meng Wei, porta-voz da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, disse que, apesar de a China “enfrentar um ambiente complexo em seu território e no exterior, o país manterá um desenvolvimento de alta qualidade e aumentará a vitalidade do mercado”, em vez de recorrer a políticas de estímulo “semelhantes às inundações”. Mei acrescentou que o modelo econômico liderado pelo Estado significa que a China tem “muitas alavancas econômicas” para enfrentar os desafios.

Mas a Enodo Economics sugere que a China chegou ao fim do seu auge econômico impulsionado pelos investimentos e enfrenta sérios ventos contrários graças ao confronto comercial entre Pequim e os Estados Unidos, que parece estar destinado a uma “dissociação” da relação comercial de 840 bilhões de dólares das duas potências.

A política externa dos Estados Unidos assumiu que a abertura do comércio com a China faria com que o Estado comunista fundado por Mao Tse-tung adotasse os princípios liberais de igualdade, liberdade, democracia, direitos civis, governo secular e cooperação internacional.

No entanto, Xuetong Yan escreveu no Diário Chinês de Política Internacional que, após três décadas de comércio: “A hegemonia liberal dos Estados Unidos está desaparecendo e enfrenta os crescentes desafios de outras ideologias, inclusive da China”.

Mao Tse-tung compreendeu que o maior perigo para o comunismo era a memória. Para destruí-lo, ele teve que destruir o passado e, por isso, lançou a Revolução Cultural como um movimento juvenil. No centro da revolução estava a guerra contra os Quatro Velhos: velhos hábitos, velhas ideias, velha cultura e velhos costumes.

O líder chinês Xi Jinping, na comemoração de aniversário do Movimento 4 de Maio deste ano, um movimento jovem de todos os escritores e artistas chineses, pediu para que fossem criados excelentes trabalhos, fossem feitas mais contribuições para o rejuvenescimento nacional e fosse desenvolvida uma grande cultura socialista na China. Mas ele reafirmou que “a juventude chinesa na nova era deve obedecer ao Partido e seguir o Partido”.