Por Katabella Roberts
O banco central da China declarou todas as transações relacionadas à criptomoedas ilegais, enquanto promete reprimir o mercado de moeda digital.
O Banco Popular da China disse em um comunicado, traduzido pela CNBC, que os serviços que oferecem negociação, combinação de pedidos, emissão de tokens e derivativos para moedas digitais são estritamente proibidos. As trocas de criptoativos no exterior que fornecem serviços na China continental também são ilegais, disse o PBOC.
“As trocas de moeda digitais no exterior que usam a Internet para oferecer serviços aos residentes locais também são consideradas atividades financeiras ilegais”, disse o comunicado. Funcionários de corretoras de criptomoedas estrangeiras também serão investigados, acrescentou.
As criptomoedas, incluindo Bitcoin e Tether, estão entre as especificamente citadas como não sendo “moeda fiduciária” e não podem ser distribuídas, de acordo com o comunicado do banco, informou a Bloomberg na sexta-feira.
O PBOC disse que também tomou medidas para melhorar o monitoramento de transações relacionadas à criptoativos.
“As instituições financeiras e não bancárias de pagamento não podem oferecer serviços para atividades e operações relacionadas a moedas digitais”, disse o banco, reiterando comentários anteriores.
O comunicado baixou o preço das criptomoedas, com o Bitcoin caindo 3,75%, sendo negociado pela última vez a US$ 42.146,10, enquanto o Ethereum, o segundo maior ativo digital, despencou 7,88%, para US$ 2.844,08.
A abordagem linha-dura surge em um momento em que as ações imobiliárias de Hong Kong viram nesta semana sua maior perda desde maio de 2020, em meio à crescente angústia dos investidores com o colapso da empresa imobiliária chinesa Evergrande e a repressão imobiliária do país.
A empresa tem mais de US$ 300 bilhões em dívidas, o que a torna a incorporadora imobiliária mais endividada do mundo, e tem se esforçado para levantar fundos para pagar seus muitos credores, fornecedores e investidores. Evergrande advertiu em várias ocasiões que poderia entrar em default, e seus US$ 305 bilhões em passivos poderiam gerar riscos mais amplos para o sistema financeiro do país se não estabilizado.
Evergrande disse em 20 de setembro que começou a reembolsar os investidores em seus produtos de gestão de fortunas com imóveis.
Enquanto isso, as autoridades chinesas tomaram medidas para conter a indústria imobiliária no ano passado, incluindo regras mais rígidas para a compra de casas e limites para os empréstimos de bancos, enquanto instam poderosos magnatas da propriedade a despejarem recursos e influência no apoio aos interesses de Pequim.
Enquanto a China está emitindo uma diretiva estrita em relação às criptomoedas, a Ucrânia está adotando o mercado de moeda digital e, no início deste mês, tornou-se o último país a legalizar as criptomoedas e outros ativos digitais.
Em uma votação quase unânime em 8 de setembro, o Parlamento ucraniano aprovou um projeto de lei sobre ativos digitais, conhecido como Projeto de Lei nº 3637, que esclarece como indivíduos e empresas que utilizam moeda digital podem ser protegidos de forma adequada e também determina como a Ucrânia regulará o mercado de criptomoedas daqui para frente.
A mudança aconteceu poucos dias depois que El Salvador adotou o Bitcoin como moeda com curso legal junto com o dólar americano, com a esperança de que isso impulsione a inclusão financeira em El Salvador, onde cerca de 70% dos cidadãos não têm acesso aos serviços financeiros tradicionais.
A lei entrou em vigor em 7 de setembro e exige que as empresas aceitem pagamentos de Bitcoin nas transações, enquanto os salvadorenhos poderão usar a moeda digital para fazer pagamentos de impostos.
Entre para nosso canal do Telegram