Bachelet pede à China para libertar jornalista que relatou sobre o vírus do PCC

Seu advogado disse que ela se recusou a aceitar as acusações por não haver motivos para censurar suas informações

28/12/2020 23:41 Atualizado: 29/12/2020 08:56

Por Agência EFE

O Escritório da Alta Comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu a libertação da jornalista e cidadã chinesa Zhang Zhan, condenada na segunda-feira a quatro anos de prisão por informações que ela ofereceu sobre o surto do vírus do PCC ( Partido Comunista Chinês), também conhecido como o novo coronavírus, em Wuhan há um ano.

“Falamos sobre o caso dela com as autoridades ao longo de 2020 e a consideramos um exemplo de restrições excessivas à liberdade de expressão em relação à COVID-19”, comunicou o gabinete de Bachelet na rede social twitter.

O tribunal que condenou Zhang Zhan alegou que ela “causou altercações e procurou problemas” com suas notícias.

“Provocar brigas e problemas” e “subversão do poder do Estado” são duas acusações comuns que o regime chinês usa para prender dissidentes.

A polícia tenta impedir que jornalistas gravem imagens do lado de fora do Tribunal Popular do Novo Distrito de Pudong, em Xangai, China, em 28 de dezembro de 2020 (Leo Ramirez / AFP via Getty Images)
A polícia tenta impedir que jornalistas gravem imagens do lado de fora do Tribunal Popular do Novo Distrito de Pudong, em Xangai, China, em 28 de dezembro de 2020 (Leo Ramirez / AFP via Getty Images)

Seu advogado disse que ela se recusou a aceitar as acusações por não haver motivos para censurar suas informações, publicadas em plataformas chinesas como o WeChat e outras proibidas no país, como Twitter ou YouTube.

Zhang chegou a Wuhan, o epicentro da pandemia chinesa, no início de fevereiro, e começou a postar reportagens em suas contas nas redes sociais. Ela costumava criticar as medidas tomadas pelas autoridades chinesas para impedir a disseminação da COVID-19.

De acordo com a ONG de direitos humanos Anistia Internacional, o trabalho de Zhang Zhan se concentrou em relatar as prisões de outros repórteres independentes e o assédio a parentes de vítimas da COVID-19 durante o que é considerado o primeiro surto global da pandemia.

O repórter do Epoch Times, Frank Fang, contribuiu para este artigo.

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