Ativistas pedem que EUA neguem entrada para envolvidos na perseguição religiosa na China

O ativista dos direitos chineses Chen Guangcheng, radicado em Washington DC, disse ao Epoch Times que apresentou uma lista de autoridades chinesas, envolvidas em abusos de direitos humanos, ao Departamento de Estado americano

07/06/2019 21:09 Atualizado: 07/06/2019 21:09

Por Cathy He, Epoch Times

Um legislador e defensor dos direitos humanos nos Estados Unidos está pedindo ao governo que proíba a entrada no país de autoridades chinesas envolvidas em violações de direitos humanos, para dessa forma mandar uma mensagem ao regime chinês de que tais práticas são inaceitáveis.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos está incrementando o escrutínio dos pedidos de visto e pode negar vistos a violadores de direitos humanos, incluindo perpetradores envolvidos em perseguição religiosa, segundo uma declaração do Minghui.org de 31 de maio, que serve como um centro de informações sobre a perseguição da prática espiritual do Falun Dafa na China.

No início deste ano, um funcionário do Departamento de Estado, em uma reunião com várias organizações religiosas e espirituais, disse aos praticantes do Falun Dafa nos Estados Unidos que eles podiam enviar uma lista de autoridades chinesas que eles sabem que estão envolvidas com a perseguição, disse a declaração.

“Eu vou aplaudir todo e qualquer esforço do Departamento de Estado para analisar a entrada nos Estados Unidos de… violadores de direitos humanos na China”, disse o senador Bob Menendez (democrata de Nova Jersey) ao Epoch Times em uma entrevista em 4 de junho.

“Essa deve ser uma das muitas ações que podemos realizar para aumentar a conscientização de que, se você violar os direitos dos cidadãos chineses, não poderá entrar no país com a maior democracia do mundo e, com sorte, conseguir que outras pessoas do mundo participem conoscom com o mesmo tipo de ações”.

Falun Dafa, também conhecido como Falun Gong, é uma prática espiritual proibida pelo regime comunista chinês. Por quase duas décadas, os praticantes foram alvo de perseguição brutal, com centenas de milhares deles sendo mandados para a prisão, campos de trabalhos forçados e centros de lavagem cerebral, onde muitos foram torturados em uma tentativa de forçá-los a renunciar à sua fé.

O porta-voz do Departamento de Estado, em um email para o Epoch Times, não respondeu a perguntas pedindo confirmação das medidas, mas acrescentou que: “Os Estados Unidos buscam garantir que as pessoas que violaram direitos humanos não tenham um refúgio seguro em nosso país.”

“Há uma série de possíveis motivos para a inelegibilidade aplicáveis aos requerentes de visto para os Estados Unidos que cometeram violações de direitos humanos ou corrupção, incluindo as inelegibilidades de funcionários de governos estrangeiros que cometeram graves violações da liberdade religiosa”.

De acordo com a Seção 212 (a) (2) (G) da Lei de Imigração e Nacionalidade (INA), qualquer pessoa, enquanto funcionário de um governo estrangeiro, e é responsável por ou cometeu violações particularmente graves da liberdade religiosa em qualquer momento, será inadmissível para entrar nos Estados Unidos.

O ativista dos direitos chineses Chen Guangcheng, radicado em Washington DC, disse ao Epoch Times que apresentou uma lista de autoridades chinesas, envolvidas em abusos de direitos humanos, ao Departamento de Estado.

Chen disse que a medida significa que o governo americano está intensificando os esforços para responsabilizar o regime por seus crimes contra a humanidade.

O advogado cego e ativista de direitos humanos, conhecido por seu trabalho em expor abortos forçados e esterilizações impostas pelas autoridades chinesas sob a política do filho único, ganhou as manchetes em 2012 depois que ele escapou da prisão domiciliar e fugiu para a embaixada dos Estados Unidos em Pequim. Chen e sua família finalmente puderam partir para os Estados Unidos.

O ativista defensor da democracia chinesa radicado em Washington, Wei Jingsheng, disse que essa medida mostra que o governo americano está tomando uma posição firme contra o regime comunista chinês.

“Isso também serve de advertência a Pequim, [isso diz] a todas essas autoridades que tenham cuidado”, disse Wei.

Contribuíram: Jennifer Zeng, Kitty Wong e Janita Kan