Após breve calmaria, moeda chinesa sinaliza problemas novamente

28/05/2016 12:17 Atualizado: 28/05/2016 12:17

Após um início de ano turbulento no mercado de ações chinês, as coisas começaram a se acalmar no final de fevereiro logo após a reunião do G20 na China. Esta calmaria está prestes a terminar, se considerarmos a moeda chinesa como um indicador.

Os mercados estavam preocupados que a moeda chinesa, o yuan, poderia depreciar em relação ao dólar, com alguns fundos de investimento inclusive apostando num declínio de 50% em 2016. O mercado de ações da China caiu uns 25% em janeiro e o índice de valores S&P 500 perdeu quase 10% em seu ponto mais baixo em fevereiro.

Após os não oficiais “Acordos de Shanghai”, assim nomeados em função da reunião do G20, esta preocupação foi relevada quando o dólar americano enfraqueceu e as moedas de mercados emergentes, incluindo o yuan da China, apreciaram. O banco central americano, o Federal Reserve, desempenhou um papel quando decidiu não aumentar as taxas de juros em suas primeiras reuniões em 2016 e a saída de capital chinês abrandou significativamente a partir de março.

Desta forma, o yuan atingiu um valor alto em relação ao dólar em março e o S&P 500 alcançou valores positivos para o ano, mas parece que isso foi o melhor que se poderia esperar.

Sem razão aparente, o yuan, em seguida, começou a declinar para cerca de 6,60 por dólar, cada vez mais próximo de seu ponto baixo em janeiro.

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No início de maio, a Austrália desertou do resto dos bancos centrais do mundo cortando suas taxas de juros num esforço para enfraquecer sua moeda, violando o acordo que permitiria o amplo enfraquecimento do dólar.

Em 18 de maio, o Federal Reserve (Fed) liberou detalhes de sua reunião de março, indicando que poderia aumentar suas taxas de juros novamente. Isso acelerou a venda da moeda chinesa e levou o Banco Popular da China (PBOC) a intervir nos mercados de divisas para fortalecer o yuan.

A economia chinesa e suas fugas de capital estão ganhando a atenção de analistas e corretores novamente.

“O [quadro econômico] macro da China pode enfraquecer (contra o consenso recente de uma recuperação cíclica) e há o risco de que as saídas de capital acelerem novamente”, informou o banco de investimento Nomura numa nota aos clientes.

Desde que o Fed começou a apertar a liquidez global no final de 2013, o dólar americano tem ganhado valor, e inversamente desvalorizado o yuan. Desde 2015, a queda da moeda chinesa tem precedido momentos de turbulência nas bolsas de valores no final de 2015 e início de 2016.

Agora todos os olhos estão voltados para o Fed, que se reunirá em 16-17 de junho e é altamente provável que eleve suas taxas de juros, pelo menos de acordo com o autor best-seller, James Rickards.

“Eu acho que em junho, principalmente depois do salto em março, eles tentarão voltar ao caminho intentado. Eles aumentarão as taxas de juros, mas a expectativa do mercado não é melhor do que 50% que isso se efetive”, disse ele quando o dólar atingiu seu ponto mais baixo em março.