Por Nicole Hao
Enquanto a China busca reforçar sua posição internacional por meio da ‘diplomacia de vacinas’, a confiança do público na segurança e eficácia das vacinas COVID-19 do país – tanto dentro quanto fora da China – parece confusa.
O regime chinês está promovendo agressivamente suas vacinas COVID-19 para países estrangeiros.
O líder chinês Xi Jinping disse aos líderes estatais em uma recente cúpula econômica com países da Europa Central e Oriental que a Sérvia recebeu um milhão de doses de vacinas COVID-19 da China. “Se qualquer outro país da Europa Central e Oriental tiver uma demanda por cooperação em vacinas, a China está disposta a considerá-la proativamente”, disse ele.
Em 16 de fevereiro, um carregamento de 550.000 doses de vacinas fabricadas pela estatal chinesa Sinopharm chegou à Hungria.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse a seu homólogo da UE durante uma videoconferência em 8 de fevereiro que a China e a UE deveriam liderar o esforço global para combater a COVID-19 e que Pequim desejava fornecer vacinas aos países em desenvolvimento.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse durante uma entrevista coletiva em 8 de fevereiro que a China havia firmado acordos com 53 países em desenvolvimento para exportar vacinas COVID-19 para eles e já havia enviado vacinas para 22.
Preocupações internacionais
O presidente francês Emmanuel Macron criticou a falta de informações transparentes sobre as vacinas chinesas, durante um evento realizado pelo think tank americano Atlantic Council no início deste mês.
Macron também expressou preocupação de que as vacinas chinesas não seriam eficazes na prevenção contra novas variantes de COVID-19 que surgiram.
O lado chinês não publicou nenhum dado sobre a eficácia ou efeitos colaterais de suas vacinas.
No mês passado, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro também questionou a eficácia das vacinas chinesas.
A Sinovac da China realizou testes de vacinas clínicas de último estágio no Brasil, que mostraram ter uma eficácia de 50,4% – mal ultrapassando o limite de 50% da OMS para aprovação regulatória. A taxa também é menor do que as vacinas desenvolvidas nos Estados Unidos, com Pfizer-BioNTech em 95 por cento e Moderna em 94,1 por cento .
YouGov, um grupo de dados de pesquisa e análise com sede em Londres, também conduziu uma pesquisa que perguntou a 19.000 pessoas de 17 países sobre suas atitudes em relação às vacinas COVID-19 feitas em 12 países.
A China obteve a penúltima pontuação, com -19 em média. A pontuação negativa significa que as pessoas estavam mais propensas a se sentirem preocupadas do que tranquilizadas por uma vacina vinda de lá.
Dentro da China
Os cidadãos chineses também mostraram pouca confiança nas vacinas fabricadas na China.
O Epoch Times obteve anteriormente uma pesquisa interna conduzida pelas autoridades no distrito de Jing’an, em Xangai, na qual 113.000 pessoas foram entrevistadas sobre sua disposição de serem vacinadas.
24.000 – ou cerca de 21 por cento – disseram que estavam dispostos.
Enquanto isso, de 12.479 pessoas que disseram já ter recebido doses da vacina COVID-19 17 casos tiveram reações adversas, ou cerca de três por 10.000.
Um médico de sobrenome Wang em um hospital de Pequim disse em uma entrevista por telefone que suspeitava que a razão pela qual as autoridades chinesas não divulgaram os dados das vacinas é porque elas não são suficientemente seguras para uso.
Ele também notou uma peculiaridade com a orientação emitida por Pequim sobre o uso da vacina: apenas pessoas entre 18 e 59 anos podem tomá-la. Idosos, a população mais vulnerável, não são elegíveis.
Wang levantou a hipótese de que isso acontecia porque as populações mais jovens têm menos probabilidade de desenvolver reações adversas graves.
Se os idosos pudessem tomá-la, “e um grande número deles sofresse reações adversas graves, ninguém em nosso país se atreveria a tomar a vacina, e a segurança da vacina seria desafiada pelas pessoas”, acrescentou Wang.
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