Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Um funcionário de um laboratório de pesquisa de uma empresa privada e outros envolvidos, incluindo um número não especificado de estudantes da Universidade da Flórida (UF), foram implicados em um suposto esquema multimilionário para enviar ilegalmente drogas perigosas e toxinas para a China, segundo o serviço de notícias estudantil da UF.
O líder do esquema, um morador da Flórida de 51 anos não afiliado à universidade, se declarou culpado de trabalhar com os outros suspeitos para tomar posse dos materiais encomendados usando o sistema da universidade com grandes descontos e enviá-los para a China, de acordo com um comunicado de imprensa do Departamento de Justiça dos EUA em 22 de maio.
Segundo um documento do tribunal, o homem é acusado de apresentar falsamente que ele e outros estavam afiliados a pesquisas sendo conduzidas em um laboratório da UF para fazer pedidos fraudulentos através do almoxarifado da universidade. Entre os itens obtidos dessa forma estavam a toxina da cólera e a toxina pertussis, esta última causa coqueluche.
De acordo com a publicação da UF, WUFT, um dos estudantes acusados era o presidente da Associação de Estudantes e Acadêmicos Chineses da UF, uma organização supervisionada pelo Departamento de Trabalho da Frente Unida, a principal ferramenta de interferência estrangeira do Partido Comunista Chinês (PCCh).
A associação estudantil protestou no início deste ano contra uma lei estadual de 2023 que restringe a capacidade das universidades e faculdades públicas da Flórida de contratar pesquisadores e assistentes de pós-graduação da China, chamando a lei de “discriminação baseada na nacionalidade”. A lei exige a aprovação do conselho que supervisiona o sistema universitário estadual da Flórida antes que qualquer parceria ou acordo desse tipo possa prosseguir.
O suposto esquema foi descoberto quando a empresa americana que vendia os materiais para a universidade suspeitou dos pedidos e levou às autoridades suas preocupações.
A vice-procuradora-geral, Lisa Monaco, destacou a importância dos esforços das companhias privadas para monitoras e denunciar as atividades suspeitas de entidades externas.
“À medida que a segurança nacional e o crime corporativo se intersectam cada vez mais, as empresas que se manifestam e se responsabilizam sob os programas de autodeclaração voluntária do Departamento podem ajudar a si mesmas e ao nosso país”, disse ela.
O movimento do PCCh em direção à fusão militar-civil, fundindo os setores militar e de tecnologia farmacêutica, tem levantado preocupações particulares e crescentes. De acordo com o Comitê de Supervisão e Responsabilidade da Câmara, “À medida que o Exército de Libertação Popular (PLA) se torna mais integrado ao setor de biotecnologia, fica cada vez mais claro que o PCCh busca militarizar dados genômicos e médicos.”
A espionagem industrial do PCCh em várias formas tem sido generalizada, incluindo espionagem e roubo que visam os setores de biotecnologia e farmacêutico dos EUA.
Em 2022, a empresa de segurança cibernética Cybereason descobriu um ataque que apelidou de Operação CuckooBees, uma campanha massiva de espionagem cibernética que vinha acontecendo há vários anos. Ela foi apontada como obra do grupo de hackers Winnti APT, patrocinado pelo estado chinês, também conhecido como APT 41. O grupo mirou empresas de tecnologia e manufatura na América do Norte, Europa e Ásia e conseguiu roubar uma estimativa de centenas de gigabytes de informações, incluindo propriedade intelectual e dados sensíveis.
O PCCh tem roubado amostras biológicas, biodados e fórmulas de medicamentos, além de montar laboratórios e usar pesquisadores e estudantes de pós-graduação para espionagem. Em resposta, dois projetos de lei bipartidários foram introduzidos no Congresso: o Ato BIOSECURE e o Ato de Proibição de Acesso Estrangeiro às Informações Genéticas Americanas de 2024.
O Ato BIOSECURE se concentra em impedir que empresas estrangeiras de biotecnologia de preocupação participem de atividades financiadas pelo governo federal.
O ato que proíbe o acesso estrangeiro baniria todas as empresas de biotecnologia “de propriedade ou controladas pelo governo de um adversário estrangeiro, como o Partido Comunista Chinês”, de receber contratos, subsídios e empréstimos federais dos EUA.
Entre as empresas visadas por ambos os projetos de lei está o Grupo BGI, que se descreve como “uma das principais organizações de ciências da vida e genômica do mundo”. De acordo com o deputado Mike Gallagher, presidente do Comitê da Câmara sobre o Partido Comunista Chinês, o BGI tem coletado dados genéticos de americanos há anos. Várias subsidiárias da empresa foram incluídas na lista negra de entidades dos EUA e são consideradas organizações de preocupação para a segurança nacional.
A ampla e incessante ameaça à segurança nacional representada pelas atividades de espionagem do PCCh está bem documentada. A correção política muitas vezes impede a devida verificação, investigação e acusação. Além da China, a lei da Flórida se estende a outros “países de preocupação”, especificamente Rússia, Irã, Coreia do Norte, Cuba, Venezuela e Síria. Isso não é racismo; é uma resposta à realidade. Esses países estão listados na Avaliação Anual de Ameaças da Comunidade de Inteligência dos EUA como principais ameaças de espionagem aos Estados Unidos.
Em resposta a essa ameaça contínua, o Comitê de Supervisão e Responsabilidade está investigando o PCCh devido a preocupações de que suas operações de influência, incluindo aquelas sobre cadeias globais de suprimentos farmacêuticos, constituem guerra política e econômica contra os Estados Unidos.
O comitê enviou cartas em maio para vários órgãos do governo dos EUA solicitando informações sobre como estão eles combatendo as ameaças e táticas do PCCh. Estes incluem a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA), Departamento de Energia, Departamento de Estado, FBI e Institutos Nacionais de Saúde. Esses departamentos e agências são os alvos principais da espionagem do PCCh e devem tomar precauções extras.
Esta foi a segunda rodada de cartas enviadas que enfatizam a necessidade de proteger a cadeia de suprimentos biológica da América contra o PCCh. Os órgãos governamentais que receberam cartas do comitê em março incluíram o Departamento de Justiça, o Departamento de Agricultura, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA e a Administração de Repressão às Drogas.
A carta à FDA enfatiza que a agência federal tem o dever de identificar e ajudar a combater os esforços do regime chinês para “dominar ainda mais o mercado farmacêutico e monopolizar a coleta de dados em detrimento dos americanos.”
Refere-se às rigorosas leis de segurança nacional da China que obrigam cidadãos e empresas a entregar dados ao Ministério da Segurança do Estado e outras entidades do PCCh mediante solicitação. Isso inclui a Lei de Segurança Nacional, a Lei de Inteligência Nacional e a Lei Contra-Espionagem. Isso por si só justifica submeter cidadãos e empresas chinesas a um escrutínio maior do que aqueles de nações que não representam uma ameaça à segurança nacional dos EUA.
As opiniões expressas neste artigo são opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.