Almirante dos EUA defende renovação da tríade nuclear diante da ameaça chinesa

Por Agência de Notícias
07/02/2023 19:43 Atualizado: 07/02/2023 19:43

O almirante reformado Harry Harris, ex-chefe do Comando dos Estados Unidos no Indo-Pacífico, defendeu nesta terça-feira perante um comitê do Congresso a modernização da tríade nuclear do país diante da ameaça chinesa.

“A capacidade mais importante” que os EUA precisam atualizar agora é a “dissuasão nuclear”, o que é economicamente custoso, disse Harris em uma sessão do Comitê de Serviços Armados da Câmara dos Representantes sobre “a ameaça premente do Partido Comunista Chinês à Defesa Nacional dos EUA”.

O almirante recordou que Pequim tem o projeto de “um rejuvenescimento nacional por volta de 2049”, quando se celebra o centenário da moderna República Popular da China, o que ficará ressaltado com “uma capacidade nuclear” em 2027.

Nesse sentido, enfatizou que 2027 é “a janela” estabelecida pelo almirante Philip Davidson, que também foi chefe do Comando Indo-Pacífico, de um possível ataque da China contra Taiwan, embora, segundo indicou, o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Mark Milley, não tenha descartado que isso poderia acontecer já em 2025.

Harris observou ainda que 2027 será o 100º aniversário do Exército de Libertação Popular da China, “outro marco importante”.

“Cabe a nós modernizar também nosso arsenal nuclear, para estarmos atualizados, não queremos criar uma situação em que a China ou outro país possa conceber um ataque bem-sucedido”, afirmou.

O almirante se mostrou convencido de que na próxima década haverá uma ameaça crescente de uma invasão chinesa em Taiwan.

“Quando eu estava na ativa, costumava dizer que a década perigosa era 2020, mas não especificava um ano”, comentou.

Sobre um hipotético conflito entre EUA e China, Harris disse que o trabalho que está sendo feito agora no Comando Indo-Pacífico é “defender e estar pronto para lutar tanto esta noite, quanto em 2025, 2027 ou 2030, qualquer data hipotética que se dê”.

A audiência de hoje no Congresso acontece depois de os EUA terem destruído um balão espião chinês no sábado passado, depois de ter cruzado seu território durante vários dias.

Nesse sentido, Harris indicou que os EUA têm tecnologia para bloquear a transmissão de dados do balão para a China.

O almirante considerou ainda que nos últimos anos a situação de segurança entre EUA e China se deteriorou para os níveis “mais voláteis e perigosos” que já viu em sua vida: “Estamos no que chamo de década decisiva”, alertou.

Por fim, rechaçou as alegações de que a China já se equipara aos EUA em capacidade militar, observando que esse momento ainda não aconteceu, apesar dos grandes avanços de Pequim em sistemas de mísseis, como os hipersônicos, e em sua Marinha, entre outros.

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