Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Os promotores federais alemães anunciaram em 1º de outubro a prisão de uma mulher suspeita de fornecer detalhes de aeroportos a um suposto espião a serviço das operações de inteligência do Partido Comunista Chinês (PCCh).
Identificada apenas como Yaqi X, ela foi presa em Leipzig, na Alemanha, na segunda-feira, e um juiz ordenou sua detenção enquanto aguarda uma possível acusação. Seu apartamento e local de trabalho foram revistados.
De acordo com os promotores, Yaqi X trabalha para uma empresa que presta serviços logísticos a centros de transporte, incluindo o Aeroporto de Leipzig/Halle, que lida tanto com passageiros quanto com cargas. Ela é suspeita de trabalhar para um serviço de inteligência chinês, fornecendo informações sobre voos e cargas. Segundo os promotores, as informações incluíam o transporte de equipamentos militares e de pessoas ligadas a uma empresa de defesa alemã.
Ela é suspeita de ter repassado essas informações entre agosto de 2023 e meados de fevereiro deste ano a Jian Guo, um cidadão alemão que trabalhou como assessor de um parlamentar alemão.
Guo foi preso em abril sob a acusação de trabalhar para um serviço de inteligência chinês, repassando informações sobre negociações e decisões no Parlamento Europeu e espionando dissidentes chineses na Alemanha.
A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, disse na época que as acusações de espionagem eram “extremamente graves”.
“Se for confirmado que houve espionagem para os serviços de inteligência chineses de dentro do Parlamento Europeu, então isso é um ataque interno à democracia europeia”, disse Faeser em um comunicado.
A prisão de Guo ocorreu após a prisão de três cidadãos alemães acusados de espionar para o PCCh desde 2022 e de exportar tecnologias sensíveis que poderiam ser úteis ao exército chinês.
No ano passado, a Alemanha lançou uma estratégia para a China, focada em reduzir a dependência econômica em relação à segunda maior economia do mundo, mas com a esperança de manter as relações comerciais e ver a China como parceira.
A China tem sido o maior parceiro comercial da Alemanha há anos, mas o apoio do PCCh aos esforços de guerra da Rússia, incluindo a ajuda para que a Rússia evite sanções internacionais, e os ciberataques apoiados pelo PCCh contra a Alemanha criaram tensões.
Em 31 de julho, o Ministério do Interior da Alemanha anunciou que hackers apoiados pelo PCCh foram responsáveis por um ataque “grave” a uma agência federal em 2021 e que hackers patrocinados pelo Estado intensificaram os ataques cibernéticos nos últimos anos. Os serviços de inteligência alemães também acusaram a China de roubo de propriedade intelectual, acreditando que o regime comunista planeja investir “enormes” recursos nessas atividades ilícitas.
A Alemanha planeja eliminar partes chinesas da Huawei e ZTE de suas redes 5G até 2026, para proteger sua infraestrutura crítica do PCCh.
A Associated Press contribuiu para este relatório.