O governo divulgou nesta segunda-feira, 5, que foram registradas 74 mortes de indígenas yanomamis no primeiro trimestre de 2024. Os dados, apresentados pelo Ministério da Saúde, são do novo boletim do Centro de Operações de Emergências (COE), o primeiro deste ano após um período sem atualizações sobre a situação da etnia.
O número representa uma queda de 33% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 111 mortes de yanomamis foram registradas.
Embora as mortes tenham diminuído, os óbitos por agressão aumentaram em 20%, passando de 15 em 2023 para 18 no primeiro trimestre de 2024.
De acordo com os dados do governo, as mortes por doenças foram causadas principalmente por infecções respiratórias agudas, desnutrição e malária.
Veja um comparativo entre 2023 e 2024
A diarreia infecciosa causou quatro mortes de yanomamis no primeiro semestre de 2024, comparado a seis óbitos no mesmo período de 2023. Problemas perinatais e anomalias congênitas resultaram em quatro mortes em 2024, enquanto houve cinco óbitos no ano anterior. O câncer vitimou um yanomami em 2024, contra dois indígenas em 2023.
Os dados também indicam que houve uma morte por suicídio neste ano, enquanto no mesmo período do ano passado foram registradas três mortes por essa causa.
Malária e infecções respiratórias aumentaram
A malária registrou um aumento de 35% nos casos, com 8.896 indígenas infectados nos primeiros meses deste ano.
Embora os gráficos indiquem uma redução na taxa de letalidade por síndromes respiratórias, que caiu de 8,2% para 1,4%, foram contabilizados 3.470 atendimentos de ianomâmis com infecção respiratória aguda (IRA) apenas neste ano, um aumento de 136% em relação ao mesmo período de 2023.
MS promete ampliar atendimento
O Ministério da Saúde ressaltou que está ampliando o atendimento aos indígenas. Atualmente, há 1.497 profissionais de saúde atuando nas Terras Yanomamis, uma área de aproximadamente 10 milhões de hectares (cerca de 100.000 km²).
O território Yanomamis está localizado nos estados de Roraima e Amazonas, na fronteira com a Venezuela. Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, a população é estimada em 31 mil pessoas.