Professores e alunos dos polos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) decidiram em reunião realizada na assembleia geral, na sexta-feira (17), rejeitar a proposta do Governo Federal e votaram para continuar as greves. A paralisação, que já dura várias semanas, tem causado significativos transtornos às atividades acadêmicas e administrativas da instituição.
Em nota oficial da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, reitora, e Alessandro Fernandes Moreira, vice-reitor, disseram que “a UFMG reconhece a legitimidade e considera justas as reivindicações dos servidores técnico-administrativos em educação e docentes junto ao governo federal” e “greve é um direito constitucional da classe trabalhadora e compete aos sindicatos e a cada servidor a decisão de como e quando exercê-lo”
Os grevistas reivindicam reajustes salariais que acompanhem a inflação, investimentos na infraestrutura da universidade e a valorização da carreira docente. Segundo representantes sindicais, a falta de avanços nas negociações com o governo e a reitoria da UFMG levou à decisão de greve.
A paralisação tem impacto direto sobre o funcionamento da instituição, com a suspensão de aulas, cancelamento de atividades acadêmicas e interrupção de serviços administrativos. Alunos enfrentam incertezas quanto ao calendário escolar e a continuidade de projetos de pesquisa e extensão fica comprometida.
Parte da comunidade universitária tem se mobilizado em apoio à greve, organizando manifestações e atos públicos para pressionar por soluções. Outra parte critica as ações tomadas como sendo prejudiciais e retardantes ao término dos estudos. Enquanto isso, a reitoria da UFMG expressa preocupação com os efeitos a longo prazo da paralisação e se compromete a continuar buscando uma solução negociada.
“Este reitorado tem realizado reuniões com o comando de greve dos docentes e dos técnico-administrativos e acompanhado de perto as demandas e as negociações, procurando dialogar e estabelecer consenso para garantir os serviços essenciais próprios de cada unidade e órgão”, disse a reitoria.
O acordo do governo proposto previa nenhum reajuste durante o ano de 2024 e após isso um reajuste de 9,0% em janeiro de 2025 é de 3,5% em maio de 2026.
A situação permanece dinâmica, com a greve na UFMG sendo acompanhada de perto pela sociedade e pelas autoridades. O desfecho das negociações determinará o retorno das atividades acadêmicas e o futuro das condições de trabalho e ensino na instituição.
O Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE), um dos órgãos que lideram as greves, publicou que até ao dia 9 de maio, já havia 554 campis de mais de 79 Institutos Federais em 26 estados. Grande parte delas aderiram as greves recentemente no mês de abril e já acumulam cerca de 72 mil servidores, entre professores e técnicos-administrativos.
Matéria atualizada com dados da SINASEFE