A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) reiniciou ontem (10) suas atividades acadêmicas, depois de quase 4 meses de interrupção. A decisão foi tomada em reunião feita na última sexta-feira (7) entre a reitoria e o Fórum de Diretores das Unidades Acadêmicas. Também voltarão às aulas os estudantes do Colégio de Aplicação da Uerj (Cap-Uerj). As aulas correspondem ainda ao segundo semestre de 2016. O reitor Ruy Garcia Marques esclareceu: “Voltamos por respeito aos alunos e à sociedade”.
“Na realidade teríamos que retornar no dia 17 de janeiro, porém, a situação estava impraticável. Todos os campus se encontravam sujos, sem manutenção e outros fatores. Porém, nesses três meses de negociação muita coisa evoluiu. Hoje o campus Maracanã, por exemplo, está limpo, com os elevadores funcionando, ainda que não na sua totalidade, e outros avanços. É preciso ressaltar que isso é o mínimo. Falta muitíssima coisa para se fazer,” declarou.
Leia também:
• Michel Temer considera vetar regras anti-Uber se passarem no Senado
• Temer flexibiliza reforma da Previdência para que passe na Câmara
• Aneel estabelece bandeira vermelha nas contas de luz até fim do ano
Há 17 anos na Uerj, o professor de Física Vitor Lemes reconheceu que esta crise é a pior desde que entrou para a instituição. Ele também relacionou os problemas que professores enfrentam dentro da universidade e não demonstrou muita confiança com a volta. “Estamos sem o décimo terceiro salário, três meses atrasados com perspectiva de serem quatro. Vários professores e funcionários sem condição nenhuma de virem trabalhar, e as instalações sem condições de nos receber.”
Ao mencionar as dificuldades em sala de aula, o professor disse que “falta papel, tinta e impressora, por exemplo, para aplicar uma prova. Como recomeçaremos desse jeito? Eu não sei a resposta. A situação é ridícula e a chance de greve acaba sendo muito grande por conta disso.”