O Supremo Tribunal Federal (STF) utilizou R$ 39 mil em recursos públicos para custear um segurança que acompanhou o ministro Dias Toffoli durante uma viagem à Inglaterra, entre 25 de maio e 3 de junho. Enquanto estava na Europa, Toffoli esteve presente na final da Champions League, entre Real Madrid e Borussia Dortmund, no estádio Wembley, em Londres, no último sábado (1º).
De acordo com a Folha de São Paulo, o STF não quis confirmar a viagem de Toffoli, mas as informações sobre o pagamento das diárias ao segurança estão no Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira), uma plataforma do governo federal utilizada para ordens de pagamento do poder público.
O ministro desfrutou de uma vista privilegiada no estádio, assistindo ao jogo de um camarote comprado pelo empresário Alberto Leite, proprietário da empresa FS Security. A empresa foi uma das patrocinadoras do 1º Fórum Jurídico Brasil de Ideias, ocorrido em Londres no final de abril, no qual estiveram presentes Toffoli, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.
Ao ser questionado sobre o assunto, Toffoli informou à imprensa que custeou as despesas relacionadas a passagens, hospedagem e outras despesas pessoais, porém não esclareceu se foi responsável pelos custos do seu segurança pessoal.
Os elevados gastos de recursos públicos destinados à segurança dos ministros não são novidade. O STF chegou a desembolsar quase R$ 200 mil em diárias para quatro policiais federais acompanharem ministros em uma viagem de fim de ano aos Estados Unidos. Durante esse período, somente o ministro Edson Fachin divulgou compromissos públicos, todos realizados no Brasil.
Questionada pela Folha, a corte não divulgou quais ministros foram aos EUA com seguranças pagos pelo tribunal.
“O STF não informará dados sobre quais policiais judiciais ou agentes atendem quais ministros por questões de segurança”, disse.
“A Secretaria de Segurança do STF é responsável por zelar pelos ministros, e a equipe mensura os riscos conforme as circunstâncias do local, os modos e meios de cada ministro. Assim, é definida a quantidade de agentes que acompanhará determinado ministro em quaisquer agendas”, respondeu a assessoria de imprensa do órgão.
O STF justifica o aumento dos gastos com a segurança dos magistrados citando uma suposta escalada de hostilidade contra os membros da Corte. Além disso, argumenta que empregar servidores brasileiros para proteger pessoalmente os ministros é mais econômico do que contratar seguranças estrangeiros.