Por Alex Rodrigues, Agência Brasil
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, defendeu, nesta terça-feira (18), o fortalecimento de organizações não governamentais (ONGs) que atuam para proteger crianças e adolescentes.
“As instituições do terceiro setor que fazem um trabalho sério lá na ponta precisam ser fortalecidas”, disse a ministra ao participar, esta manhã, em Vitória (ES), de um ato em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Realizado para sensibilizar a população sobre a importância de toda a sociedade proteger as crianças e adolescentes, o evento ocorreu em um lugar simbólico: o Viaduto Aracelli Cabreira Crespo, na Avenida Dante Michelini.
Araceli tinha 8 anos quando desapareceu, em 18 de maio de 1973. Seu corpo foi encontrado dias depois, desfigurado, em um matagal. Segundo a Polícia Civil, a menina tinha sido raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada. Até hoje, o crime continua envolto em mistério, mas se tornou um dos mais emblemáticos casos de violência contra crianças no país. Já a avenida foi batizada em homenagem a um antepassado de dois dos principais suspeitos pela morte de Aracelli, Dante de Barros Michelini, o Dantinho, e seu pai, Dante de Brito Michelini. Ambos sempre negaram as acusações.
“Este viaduto, para nós, é muito significativo. O Brasil inteiro, hoje, está falando de Aracelli, pois o 18 de maio significa justiça não só por Aracelli, mas por todas as crianças vitimadas, assassinadas, violentadas”, declarou a ministra ao dizer que os números relativos à violência infantil, no Brasil, são “assustadores”.
Denúncias
Segundo o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, entre 1º de janeiro e 12 de maio deste ano, o Disque 100 recebeu mais de 6 mil denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes de todo o país. Além disso, estima-se que, no país, a cada 20 minutos uma criança ou adolescente seja alvo de abusos sexuais.
De acordo com Damares, os dados mais recentes podem não representar a real dimensão do problema, pois a pandemia da covid-19 pode ter interferido nas denúncias.
“Quem mais denuncia a violência contra crianças é a escola, a creche. [Com a suspensão das aulas presenciais] Houve uma diminuição [das denúncias]. Agora, estamos preocupados com a pós-pandemia. Que crianças vamos receber nas escolas e creches? O que aconteceu que ficou no silêncio, dentro de casa? Estamos esperando este olhar dos educadores e cuidadores para identificar o tamanho desta violência na pandemia”, comentou a ministra.
Mais recursos
Ao fim do ato que reuniu o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, secretários, parlamentares e representantes de organizações sociais, Damares defendeu a necessidade de mais recursos para as ações voltadas à proteção de crianças e adolescentes.
“Este número de parlamentares que estão aqui é para termos cada vez mais recursos para programas e projetos”, acrescentou a ministra ao destacar a intenção de capacitar líderes religiosos e gestores públicos para lidar com o tema.
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