Terça Livre: impulso conservador no Brasil surge após 30 anos de socialismo (Vídeo)
Por Anastasia Gubin, Epoch Times
O correspondente brasileiro Mario Balaban, do site Terça Livre, explicou em uma entrevista ao Epoch Times como, após décadas de socialismo-comunismo, surgiu um renovador movimento conservador no Brasil, que teve um papel preponderante na conquista da presidência de Jair Bolsonaro, apesar do fato de que a esquerda parecia dominar toda a mídia e manter a supremacia do poder.
“Tivemos entre 20 e 30 anos de socialismo no Brasil. Obviamente, foi um desastre, não apenas econômico mas também moral, e as pessoas não apenas ficaram muito abaladas com a catástrofe econômica que o socialismo acarretou, mas também com a completa degradação dos valores morais”.
“As ruas se tornaram inseguras e repletas de drogas, e o país esteve financiando todos os regimes comunistas em Cuba e na Venezuela”, disse Balaban durante a reunião anual dos conservadores CPAC 2019 em Maryland, nos Estados Unidos, que aconteceu entre 27 de fevereiro e 2 de março.
Buscando sair da degradação e da corrupção que prevaleciam, há alguns anos, por volta de 2014, motivados pela recuperação de valores morais e culturais, parte dos brasileiros passou a integrar um movimento conservador que começou a tomar as ruas de forma massiva pela primeira vez.
“Foi uma grande mudança! Nos anos 90 tivemos nosso primeiro presidente socialista, seu nome é Fernando Henrique Cardoso. Ele é um “socialista democrático”, como o chamam, muito próximo de George Soros. Então, no início do século 21, tivemos Lula da Silva que é mais conhecido como Lula. Ele está preso agora por corrupção e pertence ao Partido dos Trabalhadores. Depois dele tivemos Dilma Rousseff, também do Partido dos Trabalhadores. Portanto, nós tivemos entre 20 e 30 anos de socialismo no Brasil”.
“Definitivamente, o que aconteceu é que a esquerda sempre comandou todo o ativismo de rua. Então, toda vez que houve um protesto de rua, sempre foi dirigido pela esquerda, mas em junho de 2013 houve um protesto que começou em São Paulo, mas que se espalhou por todo o Brasil pedindo passagens gratuitas de ônibus”.
As pessoas se perguntavam por que o Brasil, um país rico, o maior da América Latina, estava atolado em uma crise econômica e falta de valores morais.
Por exemplo, basta lembrar que, em 2018, o Brasil registrou um aumento de 26% nos assassinatos, em relação à década anterior, o que tornou a nação uma das mais perigosas do mundo, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Com uma taxa nacional média de 30,3 assassinatos para cada 100 mil habitantes, é quase 30 vezes mais perigoso que a média na Europa e bem acima de seus vizinhos, Argentina (6,53) e Uruguai (8), segundo dados do Escritório das Nações Unidas. O Brasil estava se tornando uma Venezuela, que tem uma taxa de 70 assassinatos para cada 100 mil habitantes.
“As pessoas comuns, sem ideologia, disseram: o que eu vou fazer é ir às ruas e protestar pela minha própria causa e aí então todo brasileiro que estava cansado da corrupção, cansado da injustiça, saiu para protestar”, comentou Balaban.
“Estamos falando de milhões e milhões de pessoas em todas as cidades do Brasil e todas diziam que precisávamos mudar.”
As pessoas começaram a descobrir como a rede de corrupção operava entre o Brasil, Cuba e Venezuela.
“As pessoas começaram a investigar e tentar aprender sobre essas coisas, a história do comunismo no Brasil nos anos 60 e 70, suas operações de guerrilha e suas operações terroristas no Brasil, e a partir daí a esquerda começou a perder a narrativa e começou a perder o ativismo de rua que ela sempre dirigiu”, acrescentou o correspondente.
A mesma retórica
De acordo com Balaban, a esquerda é sempre boa em seus discursos e em argumentos emocionais, mas “eles não são bons em argumentos lógicos”.
“Essa é uma das razões pelas quais estou aqui (nos Estados Unidos) para alertar muitos americanos do que o socialismo pode trazer para eles, porque aqui ouvimos muito de Bernie Sanders e Ocasio-Cortéz, dizendo: ‘Ah, não ! Nós só queremos o socialismo como o da Suécia, só queremos como na Dinamarca, não queremos o socialismo venezuelano ou cubano”. Mas esses países escandinavos não socialistas de verdade”.
“A retórica que ouço de Bernie Sanders e de Ocasio-Cortéz é exatamente a mesma retórica que ouvi do Partido dos Trabalhadores (de Lula) no Brasil. As políticas são exatas e as narrativas idênticas, e tudo está acontecendo também aqui e a maneira pela qual eles dirigem seu plano é idêntica. Isso é o que mais me impressionou, tendo essa perspectiva internacional e observando os comunistas e socialistas tomando o controle da América Latina”, disse o correspondente.
“É exatamente a mesma retórica e o mesmo desastre que pode ser visto na Venezuela”, concluiu.