PORTO ALEGRE — As fortes chuvas que por dias castigaram o Rio Grande do Sul deixaram 350 famílias desabrigadas. As incessantes precipitações, que atingem 72 municípios, provocaram enchentes e a cheia dos rios em diversos pontos do estado. Outras 611 famílias estão desalojadas.
Foram cinco dias ininterruptos de chuva forte. Segundo informações da sala de situação da Secretaria do Meio Ambiente do RS, que monitora os rios e faz previsão do tempo em auxilio à Defesa Civil, o dilúvio começou no sábado (15) e se estendeu até a última quarta-feira (19).
O volume de chuva atingiu o dobro da média para o mês em algumas cidades. As regiões mais atingidas foram Vale do Rio Caí e Bacia dos Rios Taquari-Antas, localizadas em zona de vales e nas proximidades das áreas serranas. O acúmulo de água levou ao transbordamento dos rios.
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As tempestades também interditaram rodovias federais e estaduais. A BR-290, em Pântano Grande, e a BR-116, em Nova Petrópolis, estão totalmente bloqueadas.
Segundo as informações da Defesa Civil gaúcha, algumas famílias já começam a retornar para suas casas. O órgão estadual ainda mantém a condição de alerta para as regiões mais críticas.
Bloqueio vindo do oceano
Os temporais ocorreram devido a um bloqueio por uma massa de ar seco vinda do Oceano Atlântico, que concentrou a chuva forte na Região Sul do Brasil. As frentes frias não puderam avançar até a região Sudeste. O padrão, porém, se modificou nos últimos dias.
Com o avanço das instabilidades, as enchentes chegaram a São Paulo. Nesta quinta-feira (20), tempestades com raios atormentaram a capital paulista, com registro de queda de mais de 100 árvores e de uma morte, por um cabo de energia elétrica rompido.
A tendência é que a chuva passe mais rapidamente pelo Sul e alcance o Sudeste. A atenção às tormentas, agora, se volta também para outras regiões do país.
A primavera é uma estação propícia a temporais. No Rio Grande do Sul, as emergências devem ser comunicadas à Defesa Civil pelo telefone 199.