Temer diz que reduziu déficit fiscal em 48 dias

11/07/2016 10:54 Atualizado: 11/07/2016 10:54

O presidente em exercício Michel Temer empenhou-se, na sexta-feira (8), em enfatizar o lado positivo da notícia de um rombo nas contas públicas, agora para 2017. Ele declarou que seu governo alcançou a redução do déficit orçamentário de R$ 170,5 bilhões este ano para R$ 139 bilhões em 2017, em somente 48 dias.

Temer reiterou que será preciso empregar medidas impopulares para reconduzir as contas públicas à normalidade. “Subsequentemente, elas vão agradar toda a comunidade brasileira”, garantiu. Ele mencionou a grande reavaliação que será realizada nos benefícios de auxílio-doença, “que pode gerar uma economia de R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões”, ao explicar sobre a urgência de melhorar a gestão pública.

Na reunião realizada com empresários na Confederação Nacional da Indústria (CNI), o presidente considerou que apenas na área da Previdência ocorrerá uma elevação de gastos da ordem de R$ 36 bilhões para o ano que vem, o que, aliado ao déficit de R$ 170,5 bilhões neste ano, provocaria um rombo de R$ 206,5 bilhões no próximo ano. “Quando nós reduzimos o déficit de 2017 para R$ 139 bilhões, isso foi uma coisa muito bem articulada pela área econômica, que vai exigir vendas de ativos e a aprovação da PEC dos gastos”, mencionou.

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Ao longo do encontro, o presidente destacou que o otimismo é de suma importância, e fez um pedido para os empresários para que confiem no Brasil. “Em vez de falar em crise, vamos trabalhar, levar as empresas adiante. É claro que existem fenômenos materiais, mas a crise também é psicológica. Se você fica dizendo que a situação está ruim, você se enturma na ideia do malefício. Mas se diz que as coisas vão melhorar, isso cria um clima psicológico que pode auxiliar nosso País.”

Esperança

O setor encarou o déficit de R$ 139 bilhões como uma “demonstração de responsabilidade do governo”, mas os empresários esperam por soluções, destacou o presidente da CNI, Robson Andrade. “Estamos ansiosos de ver medidas muito duras, modernas, mas difíceis de serem apresentadas, como a Previdência para um futuro promissor e questões trabalhistas”, declarou.

Para o ano que vem, entretanto, a CNI espera ainda que caia a atividade do setor. “Ainda vamos ter problema de decréscimo da indústria próximo de 2,5% a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) e só a partir de 2018 vamos ter crescimento da indústria nas nossas mais recentes expectativas”, avaliou.

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Respondendo a Temer, o presidente da CNI declarou que a indústria é “totalmente contra o aumento de imposto”, mas salientou que o assunto não foi discutido durante o encontro. “Achamos que o Brasil tem muito espaço para reduzir custos, melhorar a eficiência e a máquina pública. Aumentar a carga tributária é ineficaz, o que geraria redução de receita. Empresas, Estados, municípios e governo federal estão em situação muito difícil”, declarou depois do encontro.

A presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Sílvia Bastos Marques, também tomou parte do evento e destacou que a inovação está entre as prioridades do País. Ela afirmou que o banco já conta com linhas para impulsionar projetos de novas tecnologias e frisou que a instituição se prepara para apresentar programas como a indústria química e cidades inteligentes.

“Hoje vou falar só sobre inovação e, como disse o presidente, hoje o governo ouviu muito e falou pouco”, falou. Indagada sobre se o financiamento ao Porto de Mariel, em Cuba, provocou prejuízo para o banco, a presidente da instituição optou por não responder: “O assunto está em estudo, como tudo no banco.”