Temer avalia dispensar ministro Jucá, que disse que não sai

23/05/2016 16:25 Atualizado: 23/05/2016 16:25

Em declaração à imprensa feita hoje (23) à tarde, o ministro Romero Jucá (Planejamento) reafirmou seu propósito de não pedir demissão do cargo com o que contam também seus próprios colegas do governo. Ele assegurou que nada declarou, no diálogo com o ex-senador Sérgio Machado, diverso do que tem falado publicamente, e até mesmo em declarações à imprensa.

Ele garantiu que a Operação Lava Jato tem seu apoio, citando que, numa democracia, todos têm de ser investigados, sejam autoridades ou não. “Não há nenhum demérito em ser investigado”, disse ele, assegurando que nada tem a recear. “Se eu tivesse telhado de vidro, não aceitaria a missão de presidir o PMDB, nem teria assumido o cargo de ministro”, acrescentou.

No entanto, os próprios aliados do governo consideram que o presidente Michel Temer precisa ser preservado desse conflito e que, portanto, Jucá precisa deixar o cargo.

Jucá revelou que se julga aliado de Sérgio Machado e que nestas circunstâncias o encontrou em sua casa e, num extenso bate-papo, repetiu o que tem dito, que “um governo de salvação nacional” deveria se embasar em um entendimento com a sociedade, e que a Lava Jato realize o seu trabalho com presteza, com o objetivo de que o País avance.

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Temer avalia com Padilha e Moreira a demissão de Jucá

Michel Temer convocou uma reunião para hoje com o ministro Romero Jucá (Planejamento) e outros participantes do “núcleo duro” do governo, como o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e o ex-governador do Rio de Janeiro Moreira Franco, secretário-executivo de Programa de Parcerias e Investimentos.

Temer e o grupo conversarão sobre a vantagem de Jucá pedir demissão com o objetivo de impedir maiores desgastes para o presidente Michel Temer e o novo governo.

Será avaliado o impacto da exposição das gravações em que Jucá fala em “delimitar” a Operação Lava Jato em conversa com o ex-senador Sérgio Machado, que também é investigado nesse escândalo de corrupção que teve início no governo Lula e foi interrompido há dois anos, no governo Dilma Rousseff.

Em diversos momentos, Temer já declarou seu apoio à Operação Lava Jato, portanto as gravações comprometendo o ministro poderão suscitar dúvida sobre esse apoio, de acordo com a avaliação de seus aliados.