TCE bloqueia R$ 198 mi de construtoras por suposta fraude no Maracanã

06/07/2016 13:48 Atualizado: 06/07/2016 13:48

As construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez tiveram R$ 198 milhões em contratos vigentes bloqueados pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ). Nesta terça-feira (5), o relatório do conselheiro José Gomes Graciosa foi aprovado unanimemente. O processo se refere a irregularidades encontradas na reforma do Estádio do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014.

Ex-dirigente da Andrade Gutierrez, Clóvis Renato Numa Peixoto Primo declarou, em delação premiada, que deu autorização para o repasse de propina ao TCE de 1% do contrato no Maracanã. Delta, Odebrecht e Andrade Gutierrez teriam formado um consórcio para realizar a reforma do estádio. O ex-governador Sérgio Cabral também teria participado do esquema de propina, recebendo o valor de 5%, conforme denunciou Primo.

A inclusão de 16 aditivos teria feito o valor da obra saltar de iniciais R$705 milhões para o valor de R$ 1,2 bilhão. A apuração de quatro auditorias na obra, no contrato e nos aditivos, está sendo estudada através de 21 processos abertos. Auditores solicitaram a devolução de R$ 93 milhões depois de constatadas as irregularidades, mas o TCE não se manifestou sobre a questão.

Leia também:
UNE pressiona e ameaça Câmara Federal para abafar CPI
Policiais e bombeiros protestam no Aeroporto do Galeão
Bloqueados R$ 102 mi do PT, João Vaccari Neto e Paulo Bernardo

R$ 198 milhões bloqueados

Falhas encontradas nas rampas e arquibancadas do estádio, sobrepreço de materiais, prestação de serviços desnecessários e fictícios e pagamento de itens em duplicidade são algumas das irregularidades constatadas pelas auditorias.

TCE teria recebido propina

O consórcio que realizou a reforma do Maracanã teria pago propinas ao TCE-RJ, segundo relatou em sua delação premiada o ex-executivo da Andrade Gutierrez, Clóvis Renato Primo. De acordo com ele, o secretário de governo da administração de Sérgio Cabral teria solicitado propina que estaria destinada ao tribunal.

De acordo com o depoimento de Primo, o presidente, à época, do TCE, conselheiro José Maurício Nolasco, embolsaria 1% do valor da obra. O delator declarou que, mesmo tendo autorizado o pagamento, tem dúvida de que o repasse tenha acontecido de fato.