Taxa do IVA pode chegar a quase 28%, a maior do mundo

Nova estimativa foi divulgada nesta sexta-feira (23); a inclusão de carnes e queijos na cesta básica contribuiu para o aumento da taxa.

Por Redação Epoch Times Brasil
24/08/2024 15:14 Atualizado: 24/08/2024 15:14

O Ministério da Fazenda, sob comando do ministro Fernando Haddad, confirmou que a alíquota padrão do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) pode atingir a máxima de 27,99%. Se aprovada, a taxa colocará o Brasil na posição de país com o imposto mais alto do mundo.

O ranking é da Tax Foudation, um grupo norte-americano especializado em pesquisas sobre o setor fiscal. Com a nova projeção, a taxa brasileira superará a da Hungria, que está em segundo lugar com uma taxa de 27%, seguida por Dinamarca, Noruega e Suécia, cada um com 25%. Entre os 39 países comparados, os Estados Unidos e o Canadá figuram entre as nações com menor carga tributária.

A nova estimativa brasileira foi divulgada nesta sexta-feira (23) pela Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária (Sert).

As alterações elevaram a previsão da alíquota em 1,47 pontos percentuais. Inicialmente, na proposta aprovada pelo Congresso Nacional, a equipe econômica havia projetado alíquota de 26,5%.

A alíquota padrão será aquela aplicada ao consumo de todos os itens que não se enquadrarem nas “regras especiais” da Reforma Tributária.  

Carnes e queijos na cesta básica 

A inclusão de última hora das carnes, peixes, queijos e sal na cesta básica nacional, juntamente com o aumento de benefícios para o mercado imobiliário, são os principais fatores que contribuíram para a elevação da alíquota. Medicamentos também desempenharam um papel no ajuste.

O novo sistema tributário substituirá os cinco tributos atuais sobre consumo no país, que são PIS, Cofins (tributos federais), IPI, ICMS e ISS, pela nova sigla, IVA.

Esse IVA será dividido em duas partes: a Contribuição de Bens e Serviços (CBS), administrada pela União, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), gerido por estados e municípios.

Alguns analistas econômicos, críticos da proposta, qualificaram a medida como “populismo tributário”.

Segundo o estudo do ministério de Haddad, a transição para o novo sistema tributário está planejada para ocorrer de forma gradual entre 2027 e 2032.

Texto prevê “trava”

O mesmo texto de regulamentação que projeta a alíquota do consumo em quase 28% inclui uma “trava” para garantir que a taxa não ultrapasse o teto de 26,5%.

Caso esse limite seja alcançado, o governo será obrigado a enviar uma nova proposta ao Congresso para ajustar a trajetória dos cálculos.

No entanto, há uma dúvida sobre se a correção deve ser feita nesta fase, diretamente no texto da regulamentação pelo Congresso, ou se a responsabilidade de ajustar o percentual será transferida ao Ministério da Fazenda.

A tramitação da regulamentação da Reforma Tributária está atualmente parada no Senado, aguardando que o Governo Lula retire a urgência constitucional do projeto.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prevê que a votação aconteça em novembro, após as eleições municipais.