Por Bruna de Pieri, Terça Livre
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contratou o supercomputador que deu pane nas eleições municipais deste ano após uma brecha no sistema da urna eletrônica ser descoberta, informou hoje (19) o UOL.
A informação consta em uma nota técnica referente ao Teste Público de Segurança 2017 do Sistema Eletrônico de Votação (TPS), realizado para as eleições de 2018. O objetivo é descobrir e corrigir brechas no código-fonte que poderiam colocar a eleição em risco. De acordo com UOL, a justiça eleitoral disse que, até hoje, nenhuma das brechas descobertas nos testes chegou a ser explorada.
A tal brecha que motivou a compra do supercomputador foi descoberta por peritos da Polícia Federal, que participaram de testes públicos.
O TPS é feito a cada dois anos, sempre antes das eleições e a Justiça eleitoral convida pesquisadores e profissionais de T.I. para tentar hackear as urnas eletrônicas.
No teste de 2018, Ivo Peixinho, perito da Polícia Federal e o grupo que trabalhava com ele, descobriram uma vulnerabilidade que permitia a obter a chave de criptografia dos arquivos da urna eletrônica.
“Como o relatório da PF é sigiloso, não dá para saber qual foi a brecha que motivou a recomendação de descentralizar a soma dos votos”, diz o UOL.
Após a vulnerabilidade ter sido corrigida, em outubro de 2018, final do teste, a PF encaminhou um relatório para ao TSE com várias recomendações que fortaleceriam a segurança das eleições. Entre as recomendações, a de mudar o esquema de soma de votos. A sugestão da PF foi centralizar tudo em Brasília, como aconteceu nas eleições deste ano.
Barroso até disse no sábado (14/11), que não era simpático à centralização porque seria testada pela primeira vez na sua gestão como presidente do TSE. “Administrar uma mudança como essa sempre causa tensão, e efetivamente trouxe dificuldades”, explicou.
Durante o programa Boletim da Manhã desta quinta-feira (19), o Sr. José Carlos Sepúlveda comentou que durante várias eleições, as brechas estiveram presentes e questionou: “O que o supercomputador, que deveria computar os votos, tem a ver com a urna?”.
“Quanto mais se explica”, continuou Sepúlveda, “menos explicação nós temos. Isso é muito grave”, concluiu.
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