STJ decide que medidas protetivas da Lei Maria da Penha não terão prazo determinado

Decisão garante proteção contínua às vítimas enquanto houver risco, com base no grau de ameaça individual.

Por Redação Epoch Times Brasil
14/11/2024 15:39 Atualizado: 14/11/2024 15:39

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que medidas protetivas previstas pela Lei Maria da Penha não terão prazo determinado. A decisão foi tomada na terça-feira (13), durante o julgamento de um recurso do Ministério Público de Minas Gerais

O recurso contestava uma limitação de 90 dias imposta por um juiz para tais medidas que deverão permanecer em vigor enquanto houver risco à vítima

O relator do caso, ministro do STJ Rogério Schietti, afirmou que a revogação prematura das medidas protetivas pode colocar em risco a vida das vítimas.

“Em 97% dos casos de violência contra a mulher em que houve a concessão de medidas protetivas, evitou-se o feminicídio. A conclusão da pesquisa foi a de que o feminicídio é uma morte evitável”, argumentou o ministro.

Dessa forma, a nova diretriz estabelece que a continuidade das medidas deve ser avaliada caso a caso, levando em consideração o grau de risco e as circunstâncias da vítima.

Aumento de pena para feminicídio

Como uma medida adicional para combater o número recorde de assassinatos, em 9 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 14.994/24.

Essa nova lei aumenta a pena para o crime de feminicídio — homicídio contra mulheres. A legislação agora estabelece que a pena pode variar de 20 a 40 anos de reclusão.

Essa é a maior pena prevista atualmente no Código Penal brasileiro.

Além do aumento da pena, a nova legislação introduz agravantes que podem estender a duração da sentença.

Entre os agravantes estão o uso de meios cruéis, emboscada ou o emprego de armas de fogo de uso restrito.

A lei também endurece as punições para aqueles que descumprirem medidas protetivas, agora com tempo indefinido, elevando a pena de 3 meses a 2 anos para reclusão de 2 a 5 anos, além de multa.