STF vai julgar ação que pode liberar presença de homens em banheiros femininos

Por Redação Epoch Times Brasil
20/05/2024 20:09 Atualizado: 20/05/2024 20:09

O Supremo Tribunal Federal (STF) agendou para o próximo dia 29 o julgamento de uma ação que pode permitir o uso de banheiros femininos por pessoas que se identifiquem como mulheres, incluindo transexuais. A ação, suspensa por cerca de sete anos devido a um pedido de vistas do ministro Luiz Fux, foi movida por uma pessoa autodeclarada transexual que alega ter sido impedida de usar o banheiro feminino em um shopping de Santa Catarina.

O ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso e que já apresentou voto favorável, argumentou que os banheiros devem ser acessíveis de acordo com a “identidade de gênero” da pessoa, independentemente de sua biologia. Portanto, caso o pedido seja acatado pela corte, homens que se identificarem como mulheres passarão a ter acesso ao ambiente anteriormente exclusivo de mulheres e meninas. 

“Os transexuais têm direito a serem tratados socialmente de acordo com a sua identidade de gênero, inclusive na utilização de banheiros de acesso público”, disse o ministro.

Para a Drª Edna V. Zilli, presidente da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (ANAJURE), a decisão pode abrir oportunidades para abusos e assédios contra mulheres, além de impor novas restrições aos posicionamentos éticos cristãos sobre a sexualidade humana. 

“A decisão permitirá a invasão do espaço de privacidade e proteção social das mulheres em todos os banheiros de uso público por homens que se identifiquem como “mulheres trans”. 

A decisão se aplicará também a igrejas e instituições confessionais, que se verão obrigadas a permitir o uso dos espaços privativos femininos a mulheres trans, sob pena de se verem obrigadas ao pagamento de indenizações e persecução penal. 

“Teme-se, ainda, a instrumentalização desta decisão por grupos ativistas, usando o acesso aos espaços femininos como protesto contra os posicionamentos morais religiosos, causando turbação e responsabilização jurídica das igrejas e entidades pelas ações de seus prepostos e oficiais”, observou Zilli no site da ANAJURE.

Em seu voto, Barroso tratou a preocupação das mulheres com a segurança dentro dos banheiros como mero “desconforto”, mas ameniza a situação dizendo que esse constrangimento estaria limitado ao ambiente fora das cabines privativas.

“Note-se que o suposto constrangimento às demais mulheres seria limitado, tendo em vista que as situações mais íntimas ocorrem em cabines privativas, de acesso reservado a uma única pessoa”, enfatiza o magistrado.

Além de Barroso, o ministro Edson Fachin também apresentou voto favorável, estabelecendo um placar de 2 x 0. Durante o período em que o pedido esteve parado no STF, ONGs de esquerda lançaram a campanha “Libera o meu xixi, STF” para pressionar a suprema corte a pautar o julgamento da ação.