Existe a desconfiança, por parte de pecuaristas americanos, de que a JBS-Friboi tenha adotado nos EUA os mesmos procedimentos corruptos que admitiu no acordo de delação premiada que fez no Brasil
O sindicato de pecuaristas dos Estados Unidos chamado R-CALF USA fez um relatório sobre a empresa JBS-Friboi e o encaminhou ao presidente Donald Trump e às autoridades americanas, pleiteando que a empresa sofra uma profunda investigação nos EUA e que acordos de leniência com ela sejam proibidos.
De acordo com o sindicato, existe a desconfiança de que a JBS-Friboi tenha adotado nos Estados Unidos os mesmos procedimentos corruptos que admitiu no acordo de delação premiada que fez no Brasil: “uma investigação profunda e completa é necessária para determinar o alcance das atividades ilícitas da JBS nos EUA e o impacto dessas atividades sobre o segmento da pecuária”.
Alega o sindicato que a JBS-Friboi está em segundo lugar entre as maiores processadoras de proteína animal do país e é dona da maior empresa de ração animal, a qual teria sido usada para influenciar o mercado de gado em 2015, provocando a queda do preço do gado em até US$850 por cabeça.
Alega também que o grupo teria, além disso, demasiada ingerência política, o que lhes teria possibilitado abrandar leis antitruste e leis de segurança alimentícia. O sindicato ressalta que já fez diversas denúncias contra práticas de concentração da JBS mas foi desconsiderado.
Para o sindicato, é preciso verificar urgentemente se o prestígio que goza a JBS-Friboi nos Estados Unidos é resultado de sua influência inadequada sobre os políticos. Caso a investigação confirme que a JBS-Friboi fez uso nos EUA de iguais métodos dos que usou no Brasil, o sindicato é veemente em sustentar que a empresa deve ser expulsa dos EUA e a legislação restaurada.
O relatório do sindicato R-CALF USA pode ser lido na íntegra, em inglês, neste link.
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