O balanço das greves do primeiro semestre de 2024, divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), mostra que o setor público foi responsável por 55% das paralisações no período. Segundo o estudo, “os trabalhadores do funcionalismo público promoveram mais da metade dessas mobilizações – o que correspondeu a 79% das horas paradas”.
No total, foram registradas 451 greves em todo o país, com um acumulado de 17.708 horas paradas.
A pesquisa, baseada em dados do Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG-DIEESE), detalha que das 451 greves registradas, 265 ocorreram na esfera pública. Desse total, 247 foram organizadas por trabalhadores do funcionalismo público. Esse grupo foi responsável por 13.981 horas paradas, o que representa 79% do total.
“Reivindicações relacionadas ao Plano de Cargos e Salários – criação, cumprimento ou aperfeiçoamento – estiveram presentes na grande maioria (83%) das mobilizações dos servidores federais; demandas por reajuste salarial, em 70%”, aponta o levantamento.
Na esfera privada, foram registradas 186 greves, o que corresponde a 41,2% do total. Entretanto, essas mobilizações representaram apenas 18,8% das horas paradas.
“Demandas relativas à alimentação constituíram a principal reivindicação das greves da indústria privada (44%). Itens relacionados a reajuste salarial (24%) e a pagamento da PLR (23%) vêm a seguir”, analisou o estudo.
Táticas e abrangência das greves
O balanço revela que as greves de advertência foram predominantes, representando 54% das mobilizações. Essas paralisações costumam ter duração de algumas horas ou dias.
Já as greves por tempo indeterminado representaram 43% do total.
Em relação à abrangência, os movimentos que afetaram categorias profissionais inteiras foram menos frequentes, com 46% do total.
As paralisações isoladas em empresas ou unidades corresponderam a 54%.
“No funcionalismo público, predominam as greves por unidade, como em institutos, hospitais e universidades”, aponta o documento.
Resultados das greves
O estudo informa que em 29% das greves foram registrados meios de resolução, com negociações predominando em 78% dos casos.
Em 42% das greves, houve algum tipo de envolvimento do poder Judiciário, seja por decisão judicial ou acordos judiciais.
Sobre os resultados, 67% das paralisações resultaram no atendimento total ou parcial das reivindicações.