Setor público responde por quase 80% das horas paradas em greves no 1º semestre de 2024

Balanço do DIEESE revela que funcionalismo público lidera paralisações, acumulando 13.981 horas paradas em 247 greves.

Por Redação Epoch Times Brasil
13/01/2025 08:58 Atualizado: 13/01/2025 09:37

O balanço das greves do primeiro semestre de 2024, divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), mostra que o setor público foi responsável por 55% das paralisações no período. Segundo o estudo, “os trabalhadores do funcionalismo público promoveram mais da metade dessas mobilizações – o que correspondeu a 79% das horas paradas”.

No total, foram registradas 451 greves em todo o país, com um acumulado de 17.708 horas paradas.

A pesquisa, baseada em dados do Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG-DIEESE), detalha que das 451 greves registradas, 265 ocorreram na esfera pública. Desse total, 247 foram organizadas por trabalhadores do funcionalismo público. Esse grupo foi responsável por 13.981 horas paradas, o que representa 79% do total.

“Reivindicações relacionadas ao Plano de Cargos e Salários – criação, cumprimento ou aperfeiçoamento – estiveram presentes na grande maioria (83%) das mobilizações dos servidores federais; demandas por reajuste salarial, em 70%”, aponta o levantamento.

Na esfera privada, foram registradas 186 greves, o que corresponde a 41,2% do total. Entretanto, essas mobilizações representaram apenas 18,8% das horas paradas.

“Demandas relativas à alimentação constituíram a principal reivindicação das greves da indústria privada (44%). Itens relacionados a reajuste salarial (24%) e a pagamento da PLR (23%) vêm a seguir”, analisou o estudo.

Táticas e abrangência das greves

O balanço revela que as greves de advertência foram predominantes, representando 54% das mobilizações. Essas paralisações costumam ter duração de algumas horas ou dias.

Já as greves por tempo indeterminado representaram 43% do total.

Em relação à abrangência, os movimentos que afetaram categorias profissionais inteiras foram menos frequentes, com 46% do total.

As paralisações isoladas em empresas ou unidades corresponderam a 54%.

“No funcionalismo público, predominam as greves por unidade, como em institutos, hospitais e universidades”, aponta o documento.

Resultados das greves

O estudo informa que em 29% das greves foram registrados meios de resolução, com negociações predominando em 78% dos casos.

Em 42% das greves, houve algum tipo de envolvimento do poder Judiciário, seja por decisão judicial ou acordos judiciais.

Sobre os resultados, 67% das paralisações resultaram no atendimento total ou parcial das reivindicações.