Durante a quarta-feira (30), servidores do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) decidiram cruzar os braços em várias regiões do país, incluindo sete estados e o Distrito Federal.
Segundo a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), a paralisação é motivada por um alegado desmonte da instituição, a precarização das condições de trabalho e uma drástica redução no orçamento.
A queda no orçamento, que passou de R$ 29,1 milhões em 2020 para apenas R$ 11,5 milhões em 2024, acendeu o alerta para a possibilidade de colapso nas operações do Inmet, que está prestes a completar 115 anos de existência.
Segundo o sindicato, o orçamento atual é “cerca de 25% do valor necessário para o correto funcionamento da instituição. Fato que ocasionou a paralisação de diversos serviços, entre eles, o monitoramento meteorológico, o atendimento ao público e aos veículos de comunicação”.
Os servidores relatam que o corte orçamentário tem comprometido a manutenção de estações meteorológicas.
Essas estações são essenciais para a coleta de dados climáticos e a prestação de serviços de interesse público, como previsões meteorológicas e alertas de desastres naturais.
Representantes da Condsef afirmam que o Inmet, responsável por monitorar o clima em todo o território brasileiro, tem enfrentado uma situação de abandono.
Eles também destacam que a greve busca chamar a atenção da sociedade para os riscos que o país corre com a possível interrupção de serviços vitais.
As demandas dos servidores incluem não apenas a recomposição do orçamento, mas também melhorias nas condições de trabalho e o reconhecimento das carreiras dos profissionais de Ciência e Tecnologia.
Segundo a categoria, os técnicos e meteorologistas têm atuado com infraestrutura deficiente e, muitas vezes, sem equipamentos básicos.
A reestruturação do plano de cargos e a valorização dos servidores são vistas como essenciais para garantir a continuidade e a qualidade do serviço.
Durante a paralisação, algumas estações meteorológicas deixaram de fornecer dados atualizados, o que impacta diretamente setores que dependem das informações do Inmet, como a agricultura, a aviação e a defesa civil.
A Confederação dos Trabalhadores tem pressionado o governo federal por uma audiência para discutir as questões apresentadas. No entanto, até o momento, não houve uma resposta concreta do Ministério da Agricultura e Pecuária, ao qual o Inmet é subordinado.