Por Diário do Poder
O uso político e eleitoral do desastre geológico que atinge quatro bairros de Maceió (AL) tem ampliado pânico e até falsas esperanças, por meio de notícias falsas. Neste contexto, o Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) teve que agir institucionalmente contra a intensificação de fake news sobre uma suposta ampliação da área afetada pela instabilidade do solo para além dos bairros do Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto e Mutange. A autarquia repudiou a exploração do sofrimento das vítimas, por meio de nota publicada na noite de ontem (29).
Na nota direcionada à imprensa, o Serviço Geológico destaca sua preocupação com fake news e “meias verdades” que tem sido espalhadas. E afirma que “a análise de um dado em detrimento de outro não é capaz de definir com precisão a situação da evolução da deformação nas regiões afetadas, por isso se investe tempo em monitoramento para que nenhuma vida seja posta em risco e nem haja uma crise de pânico desnecessária”.
A autarquia federal atestou em maio de 2019 a responsabilidade da Braskem pelos tremores, afundamento e fissuras causadas pela extração de sal-gema na região urbana de Maceió. E, apesar de destacar que o Serviço Geológico do Brasil não faz a verificação de fake news, o órgão federal disse que não reconhece nenhum tipo de conteúdo informal compartilhado nas redes sociais.
“O Serviço Geológico do Brasil repudia a exploração do sofrimento daqueles que tiveram seus imóveis atingidos pelas rachaduras e demais danos, bem como daqueles que sofrem por viverem em áreas adjacentes”, diz a autarquia, na nota.
O órgão ainda afirmou que apoia a Defesa Civil Municipal de Maceió e os demais órgãos que participam do monitoramento da instabilidade da região, aos quais tem garantido o “apoio técnico e científico em caráter permanente e que estão enveredando todos esforços no enfrentamento desse caso bastante desafiador”.
“Ciente de que hoje ainda há cidadãos vivendo em áreas de risco, o Serviço Geológico do Brasil manifesta solidariedade e votos para que sejam conquistadas, tão brevemente quanto possível, as condições de segurança. A instituição compartilha do desejo pelo restabelecimento do bem-estar na cidade e recomenda que a população busque informações diretamente com a Defesa Civil, por meio de seus canais oficiais de comunicação, garantindo assim legitimidade dos dados”, conclui a nota do Serviço Geológico do Brasil.